Representantes do Ministério da Saúde e da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) se reuniram nesta última sexta-feira (16) para discutir o processo de saída dos médicos cubanos do Mais Médicos, um dos programas mais conhecidos na saúde, e a entrada de novos médicos brasileiros. A medida ocorre após o governo de Cuba anunciar, na quarta-feira, que deixaria o programa criado no governo Dilma em 2013.

 

A decisão é atribuída a declarações do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que questiona a qualificação dos médicos cubanos. Jair Bolsonaro também tem manifestado intenção de modificar o acordo, exigindo revalidação de diplomas e contratação individual. Atualmente, de 16 mil médicos que atuam no Mais Médicos, 8.332 são cubanos em todo o país

 

A saída dos médicos preocupa municípios, que temem desassistência e uma espécie de “apagão médico”, especialmente no Norte e Nordeste do país. A previsão é que os médicos comecem a deixar o país no próximo dia 25 deste mês e que a saída, feita de forma gradual, se estenda até 25 de dezembro. Segundo membros do ministério da Saúde, um edital para selecionar profissionais para as vagas seja publicado já na segunda-feira (19).

 

Em nota, a pasta informa que a inscrição e seleção dos novos médicos deve ser feita ainda no mês de novembro. Já o comparecimento aos municípios deve ocorrer logo após a seleção, informa. Mesmo que consiga preencher todas as vagas abertas após a saída de médicos cubanos, possibilidade vista com desconfiança por especialistas, o Mais Médicos ainda deve continuar com um deficit de ao menos 2.091 profissionais nos próximos meses, conforme mostrou a Folha de S.Paulo nesta sexta.

 

O valor corresponde ao total de vagas abertas desde o início deste ano com a saída de médicos que encerraram os três anos de contrato para atuação no programa. De acordo com o ministério, ainda não há prazo para reposição.