A ministra Maria Elizabeth Guimarães Rocha, do Superior Tribunal Militar (STM), apontou uma “tentativa visível de manipulação de provas” por parte dos militares envolvidos na morte do músico Evaldo dos Santos Rosa, que estava em um carro alvo de 80 tiros, no Rio de Janeiro. Os disparos ainda acertaram o catador de recicláveis Luciano Macedo. A ministra foi a única a votar pela manutenção da prisão dos militares.

No julgamento, realizado na sessão de quinta-feira (23), a ministra afirmou que no auto de prisão em flagrante os militares apresentaram fotos de veículos alvejados como se fossem os blindados que eles ocupavam no momento da morte do músico.

A defesa dos militares negou o fato e afirma que jamais houve manipulação. Ao Estadão, o advogado Paulo Henrique Pinto de Mello afirmou que as fotos já estavam no Auto de Prisão em Flagrante, “provavelmente, inseridas pelo delegado da Polícia Judiciária Militar que é o condutor do procedimento”.

O STM, por maioria dos votos, concedeu liberdade a nove militares dos 12 acusados de envolvimento no homicídio do músico. O crime aconteceu no dia 7 de abril, em Guadalupe, na zona norte do Rio. Todos foram soltos nesta sexta (24). Os outros três militares do pelotão envolvido na fuzilaria – foram 257 tiros ao todo – já haviam sido libertados e respondem ao processo em liberdade.