Agência Senado

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, chamou a senadora Simone Tebet (MDB-MS) de “descontrolada” durante reunião da CPI da Covid nesta terça-feira (21). A fala de Rosário gerou tumulto entre os senadores e o ministro deixou a sessão. Logo depois, a pedido do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), converteu a condição do ministro de testemunha para investigado.

Rosário fez a declaração após Tebet criticar a postura do ministro em relação ao presidente Jair Bolsonaro e ao processo de aquisição pelo governo federal da vacina Covaxin. A senadora afirmou, durante sua fala, que “a CGU não foi criada para ser órgão de defesa de ninguém”, sugerindo que Rosário atua para atender a interesses do presidente Jair Bolsonaro. “Temos um controlador que passa pano, deixa as coisas acontecer”, afirmou a ela.

Tebet afirmou ainda que foram usados documentos falsos no contrato para a aquisição da Covaxin, que não foram detectados pela CGU. De acordo com ela, das três versões de invoice (nota fiscal de importação) que teriam sido elaboradas, apenas a primeira era verdadeira – o documento cobrava um pagamento antecipado de US$ 45 milhões, o que não estava previsto em contrato, com benefício para uma empresa localizada em Singapura. A CPI apura se esse dinheiro seria desviado do contrato.

“Bem, senadora, com todo o respeito à senhora, eu recomendo que a senhora lesse tudo de novo porque a senhora afalou uma série de inverdades aqui”, disse o ministro. Tebet respondeu: “Não faça isso. O senhor pode dizer que eu falei inverdades, mas não me peça para fazer algo porque eu sou senadora da República.” A senadora disse ainda que Rosário estava “se comportando como um menino mimado.” “A senhora me chamou de engavetador, me chamou do que quis”, disse o ministro. “Me chama de menino mimado, eu não lhe agredi, a senhora está totalmente descontrolada, me atacando”, completou. G1