Foto: Carta Capital

A adoção de um novo modelo de rotulagem de alimentos foi defendida pelo ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Conforme a Folha de S. Paulo, a proposta é semelhante à defendida pela indústria, que busca emplacar a adoção de símbolos com cores para informar o teor de açúcar, sal e gordura.

Atualmente, o tema está em discussão na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O último parecer do órgão, do final de 2018, no entanto, vai de encontro ao modelo defendido pelo ministro Mandetta, ainda segundo a Folha. Na época, documento feito com base na revisão de estudos nacionais e internacionais deu parecer negativo à proposta da indústria.

A agência defende que seja analisada a inclusão nos rótulos de um alerta capaz de informar, com frases, se um produto é “alto em açúcar”, por exemplo. Atualmente esse tipo de advertência já é adotado em alguns países, como o Chile.

Na avaliação de Mandetta, porém, a proposta é alarmista. “Tem dois olhares. Um é mais alarmista, que diz ‘isso faz mal’. E outro é mais informativo, que diz que contém tanto de açúcar, e é mais visual. A minha primeira impressão é que cabe ao estado ser mais informativo”, argumentou o ministro da Saúde.

Mandetta ainda acredita que a proposta da Anvisa pode afetar questões culturais. “Vamos pegar o doce em compota, que é uma cultura brasileira. O que é aquilo? Uma calda saturada em açúcar. Vou falar para minha avó que aquilo ali não funciona? O que está em discussão é a quantidade de consumo”, defendeu.