O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vai sugerir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o retorno do horário de verão para depois do segundo turno das eleições, marcado para 27 de outubro. A expectativa é de que, se aprovado por Lula, o novo horário comece a vigorar em novembro. De acordo com o jornal O Globo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fez um alerta ao governo para que não houvesse mudança no período das eleições, o que poderia prejudicar o processo de votação.
Na quinta-feira (19), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou , a adoção do horário de verão para ajudar a “desestressar” o sistema em momentos de pico de consumo, entre 14h e 16h. Em entrevista após reunião, o ministro evitou cravar uma decisão. Disse que ainda não está convencido da necessidade do horário de verão, apesar da recomendação do comitê. Silveira não quis dizer publicamente a sua posição para não passar uma imagem de que estaria antecipando uma decisão do presidente.
Umas das principais justificativas para o adiantamento dos relógios em uma hora a ser apresentada ao presidente é o efeito do crescimento da economia na retomada da indústria e no desempenho do comércio. Esses setores estão demandando mais energia. O horário de verão seria uma forma de ampliar a segurança no fornecimento, na avaliação do Ministério, diante do agravamento da seca.
Os reservatórios, sobretudo das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da capacidade de geração de energia das hidrelétricas, são afetados pela pior seca nos últimos 94 anos. Um dos receios do governo é que o problema tenha reflexos em 2025 e gere necessidade de racionamento, por exemplo.
A avaliação é que, com o pôr do sol, 20% do volume da energia gerada sai do sistema, exigindo maior necessidade de ajustes no setor, com a entrada de outras fontes. A economia pode chegar a R$ 400 milhões durante o horário de verão, segundo os técnicos. Isso corresponde a economia de 2,5 GW em geração de energia. Os valores são considerados pouco relevantes. Mas os setores do turismo, como bares e restaurantes estão pressionando o governo pelo retorno do horário de verão.
Após a reunião do CMSE, Silveira disse que foram discutidos todos os instrumentos para segurança energética e planejamento. Ele citou o horário de verão como um deles. “Recebi o relatório de um grupo de trabalho que constitui há 15 dias. E foi recomendado um indicativo de que é prudente, viável e apontado como importante a volta do horário de verão. É um indicativo de necessidade de decretação do horário de verão”, afirmou o ministro. Bocão News