(Tiago Caldas / CORREIO)

Mesmo com um jogo a menos, o Bahia deu início ao returno do Brasileirão 2020. E a recuperação por um 2º turno positivo começou com um triunfo muito apertado diante do Botafogo na noite deste domingo (8). Com gol de pênalti de Rodriguinho no último minuto, o time de Mano Menezes venceu e agora ocupa a 14ª colocação, com 22 pontos.

Em uma partida onde faltou ímpeto e ofensividade, e com um adversário cheio de desfalques, o Bahia contou mais uma vez com a mística Tricolor e viu o placar ser aberto apenas aos 53 minutos do 2º tempo. O time não conseguiu manter a média de uma boa atuação, mas conquistou 3 pontos importantes para se afastar da zona de rebaixamento.

Ao contrário da última partida, quando o Esquadrão goleou o Melgar na Sul-Americana, Mano optou por não escalar o atacante Gilberto. No lugar dele, Rossi foi titular ao lado de Elber e Fessin. Antes da partida, o técnico afirmou que a ausência do camisa 9 se deu por uma contratura muscular.

“Não foi possível fazer uma recuperação tão imediata e vamos ver se ele pode entrar no decorrer da partida”. Mano completou lembrando que, mesmo com a entrada de Rossi, o posicionamento seria o mesmo do triunfo por 4 a 0 na Sula. Mas o comportamento não se repetiu e faltou energia ao Bahia. A outra mudança na escalação foi o retorno de Anderson Martins para a zaga, que entrou no lugar de Juninho, afastado por desgaste físico.

Início lento

Após o apito inicial, a equipe do Botafogo pressionou bastante a saída de bola do Bahia, que buscou chegar ao campo de ataque com lançamentos longos saindo da defesa. Com a frente da área congestionada, a primeira chance do Bahia foi em um chute de fora da área de Daniel, aos 7 minutos. Saulo fez a defesa sem dificuldades.

Mesmo com as subidas mais agudas de Nino Paraíba, que ganhou mais liberdade após a saída de Guilherme Santos, que se machucou aos 13 da primeira etapa e deu lugar a Davi Araujo, o jogo seguiu muito frio. O Bahia repetiu as fracas atuações no primeiro tempo de partidas como Atlético-MG – quando Mano também não escalou Gilberto – e contra o Sport. Muitos erros de passe, principalmente no último terço do campo, e pouquíssimas ações ofensivas do Tricolor.

Nem a inversão de lado entre Elber e Rossi a pedido de Mano fez efeito para o ataque. Entre finalizações sem nenhum perigo a meta do adversário, Lucas Fonseca acertou uma bela cabeçada em escanteio cobrado por Juninho Capixaba, mas Saulo voou na bola e fez ótima defesa. Para a sorte do Bahia, o Botafogo também não foi eficiente e não assustou a meta de Douglas.

Quando o Bahia engatou o primeiro contra-ataque certeiro e balançou as redes, o VAR entrou em ação e anulou o tento do Esquadrão. Nino Paraíba havia roubado a bola no campo de defesa – com falta assinalada por Wagner Reway na cabine do VAR – e avançou para o ataque tocando para Fessin. O atacante chutou em cima dos zagueiros e no rebote cabeceou para o gol. Saulo falhou, mas nada disso valeu e o Tricolor foi para o intervalo com um empate entediante em 0 a 0.

A mística do segundo tempo

Antes de qualquer grito de gol, a torcida acompanhou segundo tempo muito parecido com o primeiro. Sem alterações nas duas equipes, a partida que seguiu sem emoções. Aos 12 minutos, por exemplo, Elias bateu forte demais na bola ela passou longe do gol. Os chutes sem direção seguiram por toda segunda etapa.

Nem as entradas de Rodriguinho e Gilberto, que tem mais qualidade individual, mudaram o panorama da partida. As substituições mantiveram o 4-3-3 como esquema, e o Bahia seguiu insistindo por bolas longas e pelas laterais. Sem sucesso. Marco Antônio e Alesson, que entraram no lugar de Elber e Fessin, fizeram valer o ditado de ‘trocar seis por meia dúzia’. Pouco foi produzido pelo ataque Tricolor na partida.

Mas como todo torcedor do Bahia conhece, ninguém pode subestimar a mística Tricolor. E ela veio exatamente no último minuto de jogo. Gilberto recebe na entrada da área, chuta com força e ela bate na mão de Marcelo Benevenuto, bloqueando a passagem da bola. O árbitro Jefferson Ferreira de Moraes marcou a penalidade, mas foi chamado mais uma vez para o VAR e reconsiderar a marcação. Apesar da demora, o árbitro marcou o pênalti para o Bahia.

Rodriguinho prontamente pegou a bola, colocou embaixo do braço e se posicionou na área. O camisa 10 bateu: bola para um lado, goleiro para o outro. Bahia 1 a 0 para alívio da torcida e de Mano Menezes. O próximo compromisso do Bahia é contra o Forteleza na quarta-feira (11), em jogo atrasado da 19ª rodada, na Arena Fonte Nova às 18h45. Esquadrão tentará uma sequência de triunfos para se afastar da zona do rebaixamento. (Correio da Bahia)