Mocidade Alegre, Vai-Vai e Dragões da Real se destacaram no segundo e último dia dos desfiles do Grupo Especial do carnaval de São Paulo, na noite deste sábado (2). Águia de Ouro, Vila Maria, Rosas de Ouro e Gaviões da Fiel também desfilaram.

O tempo abriu para os desfiles: a chuva forte em SP parou antes de as escolas entrarem. Outra sorte com o tempo: nenhum desfile estourou o limite de duração, assim como no 1º dia. O destaque dos famosos foi a nova rainha da Gaviões, Sabrina Sato, no 1º carnaval após dar à luz.

Veja temas que marcaram a noite:

  • O sábado foi de viagens. A Vila Maria cantou sobre o Peru. A Rosas de Ouro, sobre a Armênia. Além desses países, a Vai-Vai mostrou lutas do povo africano pelo mundo, a Mocidade foi à Amazônia e a Gaviões falou do tabaco desde a origem árabe aos seu uso pelo planeta.
  • As críticas políticas e sociais voltaram a aparecer. A Dragões da Real falou de corrupção e ganância. O ato mais marcante foi em homenagem a Marielle Franco. Uma das alas da Vai-Vai mostrou seu rosto e um mosaico, e suas filha e irmãs participaram do desfile.

No 1º dia, Tatuapé, Império e Mancha foram destaques. Colorado do Brás, Tucuruvi, X-9 e Tom Maior também desfilaram.

Águia de Ouro

A escola abriu o segundo dia levando um protesto contra a ganância e a corrupção ao Anhembi. A escola da Zona Oeste retornou à elite do carnaval paulistano com o enredo “Brasil, eu quero falar de você! Que país é esse!”.

A campeã do Grupo de Acesso de 2018 contou como o Brasil já foi explorado, em 21 alas e cinco alegorias. Vampiros, urubus e ratazanas foram os símbolos da corrupção.

Os componentes da última ala representaram a Operação Lava Jato. Outra parte trocou os batuques pelo bater de panelas, com os componentes trajando verde e amarelo. Saiba mais sobre o desfile da Águia de Ouro.

Dragões da Real

A Dragões da Real viajou por passado, presente e futuro no Anhembi em seu desfile sobre os diversos aspectos do tempo. Relógios, ampulhetas e calendários eram retratados em diferentes alas para mostrar a contagem do tempo.

Foi a segunda escola a desfilar na noite. O deus grego Cronos abençoou o desfile como grande destaque do carro abre-alas

A escola foi mais uma a usar o cinema em seu desfile ao trazer um DeLorean, carro usado nos filmes “De volta para o futuro” como máquina do tempo, e com a referência a “2001 – Uma Odisseia no Espaço” (1968) na comissão de frente.

Mocidade Alegre

A Mocidade levou uma lenda amazônica ao terceiro desfile. A escola vice-campeã do ano passado usou cores fortes e variadas para mostrar a história romântica em que o sol (deus Guaraci) e a lua (deusa Jaci) eram amantes que nunca conseguiam se encontrar.

Segundo a lenda, a lua começa a chorar e, das suas lágrimas, nasce o Rio Amazonas. Foi uma volta vibrante do cantor Igor Sorriso à escola. Ele tinha sido campeão em 2014 e passou pela Vila Isabel, no Rio.

A presidente da escola, Solange Rezende, passou mal durante o desfile e foi atendida no serviço médico móvel do Anhembi. No final, ela já estava de pé à frente da bateria. Saiba mais sobre o desfile da Mocidade Alegre.

Vai-Vai

A escola do Bixiga mostrou as lutas do povo negro e o que chamou de “quilombo do futuro”. A maior campeã do carnaval de São Paulo tenta seu 16º título desfilando com 3 mil componentes.

Marielle Franco, vereadora do PSOL morta a tiros em março do ano passado, foi homenageada em um mosaico com uma foto e a expressão “Marielle presente” na ala “Eu tenho um sonho”. Luyara Santos e Anielle Franco, filha e irmã de Marielle, desfilaram

A bateria se fantasiou de Pantera Negra, herói negro da Marvel. O movimento americano dos Panteras Negras foi homenageado no terceiro carro, destacando a luta contra o preconceito nos Estados Unidos.

Rosas de Ouro

A Rosas contou a história da República da Armênia. O enredo era “Viva Hayastan!” (nome do país na língua armênia). O genocídio dos armênios, quando 1,5 milhão foram mortos pelos turcos há cem anos, foi um dos temas principais, lembrado na comissão de frente.

Na frente da bateria, com fantasias de militantes chamados Fedayiners, estava Ellen Roche, rainha há 13 anos da Rosas de Ouro. Ela se disse à vontade em fantasia mais ‘ousada’: ‘Sou fera, recatada e do lar’.

Foi uma viagem de referências diversas, como Charles Aznavour, cantor francês de origem armênia que morreu no ano passado, e a Praça Armênia, em SP, onde sambistas se concentravam para desfilar na Avenida Tiradentes.

Vila Maria

A Unidos de Vila Maria fez homenagem ao Peru, contando a história do país desde as origens de seu povo, até a cultura, a culinária e as belezas naturais do chamado “Império do Sol”.

A comissão de frente representava seres lendários da mitologia peruana, os guardiões de Inti, metade pássaro e metade homem. Os grandes carros da escola exploraram diferentes aspectos da cultura peruana, desde suas lendas, à riqueza de grãos e à religião no país.

Enquanto o condor foi celebrado tanto no começo quanto no fim do desfile, um dos destaques foram as três lhamas gigantescas que “puxavam” o segundo carro.

Gaviões

A Gaviões da Fiel encerrou a programação do Grupo Especial de São Paulo já na manhã deste domingo. Em busca de seu quinto título, a escola fez uma releitura de um enredo que havia apresentado em 1994, sobre a história do tabaco.

Sabrina Sato fez sua estreia como rainha da bateria. Ela era madrinha da escola desde 2004. A comissão de frente veio com um diabo em embate contra um arcanjo, além de uma serpente e Santo Antão.

Uma parte do desfile retratou a conquista de direitos das mulheres. Segundo o enredo, “fumar representava um ato de liberdade”. Informações do G1 Foto: Fabio Tito e Marcelo Brandt / G1