Foto: Martin Büdenbender para Pixabay

Pesquisadores da Universidade de Genebra (UNIGE) descobriram que uma molécula, que pode ser identificada em um simples exame de sangue, pode permitir detectar um quadro de diabetes antes mesmo dos sintomas. O estudo foi publicado na revista científica Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.

Segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), 15,7 milhões de brasileiros viviam com diabetes em 2021. Projeções apontam que até 2030 esse número deve subir para 19,2 milhões. A doença é silenciosa e não tem cura. Por isso, o diagnóstico é muito importante para controlar o diabetes.

Os pesquisadores suíços alertam que, se a doença for identificada no estágio anterior, chamado de pré-diabetes, o quadro pode ser revertido. E foi nesse estágio que eles focaram.

“Optamos por uma estratégia alternativa: encontrar uma molécula cujo níveis no sangue estariam associados à massa funcional dessas células beta para detectar indiretamente sua alteração na fase pré-diabetes, antes do aparecimento de qualquer sintoma”, explicou o professor Pirre Maechler, que liderou o estudo.

O primeiro passo foi analisar milhares de moléculas em camundongos saudáveis, pré-diabéticos e diabéticos. Os cientistas descobriram então o 1,5-anidroglucitol, uma pequena molécula cuja diminuição no sangue indicaria uma deficiência em células beta.

Após os bons resultados com camundongos, a equipe passou para o próximo passo: determinar a relevância em humanos. Eles compararam o nível de 1,5-anidroglucitol de pacientes com diabetes e pacientes saudáveis.

“Conseguimos observar uma diminuição desse açúcar [1,5-anidroglucitol] em pessoas com diabetes. Foi muito motivador, especialmente porque essa redução era observável independentemente dos sintomas e mesmo antes do início do diabetes”, explicou Cecilia Jiménez-Sanchez, pós-doutoranda do departamento de Fisiologia e Metabolismo Celular.

Os cientistas acreditam que a descoberta abre novos caminhos para a prevenção da doença, particularmente em pessoas em risco. “Ainda estamos planejando testar a relevância dessa molécula em diferentes tipos de pacientes e em diferentes escalas de tempo, mas deve permitir grandes avanços no acompanhamento de pessoas em risco”, concluiu Maechler. G1