Foto: Bocão News/Reprodução

Moradores vizinhos ao depósito de fogos de artifício que explodiu em Simões Filho, cidade da região metropolitana de Salvador, deixando dois funcionários feridos, relataram na manhã desta terça-feira (10), os momentos de pânico vividos na ocasião. São cinco casas que ficam mais próximas do depósito, com o total de 20 moradores, todos da mesma família. Entre elas, a dona de casa Maria Durvalina Santos, que conta que sentiu o impacto da explosão, mas conseguiu correr para se proteger de estilhaços.

“Eu estava sozinha aqui [em casa] na hora daquela rajada e eu corri. Senti aquela pressão, senti o telhado subir, caindo os pedaços. Só deu tempo de fechar a porta. Eu disse: ‘Senhor tenha misericórdia’. Deu aquela falta de ar. Depois minha neta veio me pegar”, disse Durvalina. Nenhum morador ficou ferido. Eles tiveram danos materiais nas casas, como vidros, telhados, forros e objetos destruídos pelo impacto da explosão. O dono do depósito informou que vai se responsabilizar pelos prejuízos. O depósito também ficou destruído após a explosão.

Com a explosão, o fornecimento de energia elétrica e o abastecimento de água de cinco casas precisou ser interrompido, mas na manhã desta terça, os serviços já tinham sido normalizados. Outro familiar de Durvalina também falou sobre o susto e disse que não conseguiu dormir por causa do choque causado pela situação. Segundo ele, a explosão durou cerca de uma hora.

“No momento a gente achou que era alguém testando alguma bomba. Mas na medida que a intensidade foi aumentando a gente viu que o depósito estava explodindo. Começou aos poucos. A gente [família] correu pelos fundos. Corremos lá para o fundo. Isso ficou em torno de uma hora. Passei a noite em casa, ninguém saiu, nos arranjamos aqui mesmo, porque dormir é impossível, a gente fica em estado de choque”, disse. Além dos prejuízos materiais, Durvalina perdeu o tão amado cãozinho, de apenas 4 meses.

Com o barulho dos fogos, os cinco cachorros da família – cada um morava em uma casa – fugiram dos imóveis. Quatro retornaram, menos Beethoven. “Ele é um cachorro ensinado, apesar de ter quatro meses de idade. Ele obedecia aos meus comandos. Na hora da refeição dele, eu orava e ele não comia até eu dizer “amém”. Quando eu dizia “amém”, ele começava a comer. Todos [os cães] saíram, são irmãos, mas todos voltaram. Eles sofrem muito com o barulho. Confesso que não dormi. Senti a falta do meu cachorro”, contou Maria Durvalina. G1