Em sua primeira entrevista após aceitar o convite para comandar o Ministério da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, Sérgio Moro afastou a possibilidade da pasta ter uso político segundo informações do Congresso em Foco. Ele reforçou que vai atuar em um posto predominantemente técnico, mas admitiu que terá que, “de certa maneira”, fazer política com instituições como o Congresso Nacional.

 

“Dentro do ministério, é inevitável que haja um dialogo com outras instituições, em especial com o Congresso. Isso é, de certa maneira, a realização de política, mas não é essa visão que tenho desse cargo”, comentou o futuro ministro. Ele declarou ainda que, ao aceitar o convite para ser ministro, não contrariou uma afirmação dada ao Estadão em 2016.

 

“Sigo para atuar numa função iminentemente técnica, para fazer um trabalho técnico. Não tenho nenhuma pretensão de concorrer em qualquer momento da minha vida a cargos eleitorais”, ressaltou. Moro destacou que vai priorizar o combate à corrupção e negou a chance de haver qualquer tipo de influência política em seu trabalho. “Não haverá interferências políticas de maneira nenhuma, isso é inclusive posição do presidente eleito”, disse.

 

Durante a entrevista coletiva, Moro confirmou que se encontrou com o futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, ainda no dia 23 de outubro, antes do segundo turno da eleição. Contudo, ele negou que a condenação do ex-presidente Lula buscava interferir na disputa. “O que existe é um crime que foi descoberto, investigado e provado e as cortes apenas cumpriram a lei. Não posso pautar minha vida num álibi falso de perseguição política”, argumentou.