Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, vê indícios de fraude no inquérito que investiga a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A posição dele veio após o jornalista Kennedy Alencar divulgar a notícia que a Polícia Civil do Rio trabalha com a hipótese de envolvimento do vereador licenciado Carlos Bolsonaro (PSC).

“Há ‘um possível envolvimento fraudulento do nome do presidente”, disse ao Jornal da CBN. “Vendo esse novo episódio em que se busca politizar a investigação indevidamente, a minha avaliação […] é que o melhor caminho é a federalização”, acrescentou. “Não é um demérito das autoridades estaduais, mas é uma avaliação objetiva de que o melhor para esse caso seja a federalização”, disse.

O deputado federal Rogério Correia (PT) pediu a prisão preventiva de Carluxo.O deputado federal Rogério Correia (PT) sugeiru a prisão preventina do vereador licenciado Carlos Bolsonaro (PSL), após o jornalista Kennedy Alencar afirmar na Rádio CBN que Polícia Civil do Rio trabalha com hipótese nova, de envolvimento do parlamentar no assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL).

“Quando um suspeito de assassinato coage testemunha, porteiro por exemplo, desmancha provas, apagando postagens das redes ou da telefonia da portaria e muda de endereço abandonando o serviço, podendo preparar fuga, não é o caso de preventiva?”, escreveu Correia no Twitter.

Uma reportagem de Veja, publicada no início deste mês, revelou o clima de hostilidade enmtre Carluxo e Marielle. Segundo a matéria, em maio de 2017, um assessor da pessolista andava pelo corredor mostrando o prédio da Câmara de Vereadores a dois amigos. Quando chegou em frente ao gabinete 905, de Carlos, comentou que ali ficava o filho de um deputado “ultraconservador” que beirava o “fascismo”.

O vereador ouviu o diálogoe, aos berros, começou a discutir. Marielle apareceu para acalmar a situação. Desde então, o filho de Jair Bolsonaro passou a evitar até entrar no elevador se Marielle ou assessores dela estivessem presentes.

As repercussões do caso Marielle voltaram a ganhar destaque no noticiário após o Jornal Nacional divulgar uma reportagem no final do mês passado com novas revelações. De acordo com a matéria, o porteiro do condomínio Vivendas da Barra contou à polícia que, horas antes do assassinato, em 14 de março de 2018, Élcio de Queiroz, um dos suspeitos do crime, entrou no local e disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro.

Os registros de presença da Câmara dos Deputados mostram que o então parlamentar estava em Brasília naquele dia. Segundo a Polícia Civil do Rio, o porteiro que prestou depoimento e anotou no livro o número 58 (casa de Bolsonaro) não é o mesmo que fala com o PM reformado Ronnie Lessa (dono da casa 65) no áudio divulgado por Carlos Bolsonaro.

Marielle foi assassinada em março do ano passado. A suspeita é de que o homicídio tenha ligação com o crime organizado. A ex-parlamentar era ativista de direitos humanos e denunciava a violência de policiais contra populações marginalizadas. Ela também chamava a atenção para a atuação de milícias nas favelas.

No dia 14 de março de 2018, o carro conduzido por Élcio de Queiroz onde também estava Ronnie Lessa, de acordo com as investigações, perseguiu o veículo de Marielle por cerca de quatro quilômetros e cometeram o crime em um lugar sem câmeras. Um detalhe é que Élcio havia tirado uma foto no Facebook com Jair Bolsonaro, o que reforça a proximidade entre a família e os milicianos. Brasil247