A mulher grávida que foi baleada durante uma tentativa de assalto na cidade de Maraú, na Bahia, morreu nesta último terça-feira (29), em um hospital de Ilhéus, no sul do estado. A catarinense Andreza Maestri, de 44 anos, estava internada no Hospital Regional do Cacau, em Ilhéus. A vítima estava no quinto mês de gestação. A bebê, que se chamaria Antonella, também não resistiu. Andreza foi atingida por um tiro no olho esquerdo, na madrugada de 23 de dezembro.

O crime aconteceu quando ela seguia para uma casa, de carro, com o marido. O veículo em que o casal estava foi interceptado por quatro homens, em uma estrada de terra batida, e eles dispararam contra o carro. Com Andreza baleada, o marido dela, Luciano Cunha, dirigiu o veículo por cerca de 20 km até a cidade de Itacaré. De lá, ela foi levada transferida para Ilhéus.

O caso é investigado na Delegacia de Maraú. Até a publicação desta reportagem, nenhum suspeito tinha sido preso. Segundo o marido, atendendo a um pedido de Andreza, os órgãos dela serão doados na Bahia. O corpo dela será cremado após liberação. A data da cerimônia não foi definida.

Queria morar na Bahia

Andreza era enfermeira e morava em Florianópolis. No dia em que o crime aconteceu, ela havia chegado de viagem para passar os festejos de fim de ano com o marido, que estava no distrito de Taipu de Fora, em Maraú, há pouco mais de um mês. No local, ele estava trabalhando na construção da nova moradia do casal. Ao G1, Luciano Cunha contou que Andreza estava animada com a visita e com a futura mudança.

“Seguíamos conversando no percurso, matando a saudade. Ela me contava das nossas plantas, das roupas do bebê, sobre o emprego novo que havia começado. Ela, na carona, viu quatro homens no meio da estrada. Eu engatei a marcha a ré e eles dispararam mais de 10 vezes. O primeiro tiro atingiu o olho dela e eu fui atingido de raspão na cabeça”, contou Luciano.

Andreza fazia serviços comunitários há quase 20 anos em Florianópolis. Segundo o marido, ficou encantada pelo distrito de Taipu de Fora e tinha o sonho de morar no local para ajudar a saúde da população da região. “Ela tinha um coração enorme. Iríamos morar aqui porque ela gostava muito de fazer caridade. Como é um lugar ermo, com pouco recurso, ela queria auxiliar na saúde das pessoas. Jamais esperaríamos que fosse acontecer uma tragédia dessa”, lamentou Luciano. G1