(Foto: Marina Silva/Aquivo CORREIO)

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) ofereceu denúncia contra uma delegada da Polícia Civil da Bahia e mais três pessoas envolvidas na “Operação Dublê”, que investigou a existência de grupo criminoso especializado na prática de delitos de furtos, roubos e clonagem de veículos, cujo líder mantinha relação próxima e duradoura com a delegada. A denúncia foi feita por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), na quinta-feira (22).

Segundo informações do MP-BA, além da condenação dos suspeitos pelos crimes, o órgão ainda pediu a manutenção da prisão preventiva da pessoa que exercia a coordenação das atividades ilícitas, que já se encontra detida desde a deflagração da operação, no dia 7 de julho de 2021, mesma data quando a delegada foi afastada judicialmente do cargo. Segundo a denúncia, a delegada usava das prerrogativas do cargo e da influência que gozava na Polícia Civil para garantir a impunidade do grupo criminoso e facilitar a execução e proveito dos crimes.

Na denúncia, os promotores indicam que uma pessoa, apontada como comandante do grupo, já tinha histórico criminal na prática de furtos, roubos, receptação e clonagem de veículos automotores, e ainda assim conservava um forte relacionamento com a delegada. A denúncia do MP afirma ainda que a delegada chegou a falsificar documentos de terceiros, para possibilitar a devolução ilegal de um carro clonado apreendido pela polícia com membros quadrilha, além de ter introduzido uma pessoa ligada à quadrilha no ambiente da Polícia, acompanhando-a, como se fosse policial, portando armas e auxiliando-a nas ações de favorecimento ao grupo criminoso.

A “Operação Dublê” foi realizada pelos Ministérios Públicos da Bahia e São Paulo, em conjunto com a Corregedoria-Geral da Polícia Civil da Bahia e Polícia Rodoviária Federal. O MP-BA não divulgou o nome da delegada, mas conforme apurado, a delegada referente ao caso é Maria Selma Pereira Lima, ex-diretora do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP). As identidades das outras pessoas também não foram reveladas.