Foto : Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Aliados do presidente Jair Bolsonaro criticam sua postura em relação ao combate ao coronavírus, mas avaliam que seria um “oportunismo político” e não iria “colar” se ele mudasse agora que o país chegou à triste marca de mais de 100 mil vítimas da covid-19.

O Brasil passou dos mais de 100 mil óbitos por conta do coronavírus no último sábado (08). Apesar do alto número de mortes, o presidente da República não alterou sua avaliação sobre como a pandemia deve ser encarada.

Enquanto o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal decretaram luto oficial depois que o país atingiu as 100 mil mortes, o presidente Bolsonaro retuitou mensagens da Secretaria de Comunicação sobre as medidas adotadas pelo governo até agora.

“Ele não tinha como mudar de postura agora, mais de cinco meses indo numa direção, seria um oportunismo político e não iria colar”, disse ao blog um aliado que preferiu comentar o comportamento do presidente reservadamente.

Segundo outro interlocutor, que trabalha diretamente com o presidente, Bolsonaro vai até o fim do combate ao coronavírus na mesma linha. Destacando considerar que, para ele, houve excesso da parte de governadores e prefeitos na política de isolamento social, mesmo sabendo das críticas a essa avaliação por especialistas.

O assessor de Bolsonaro diz que o presidente sabe que será criticado pela falta de empatia diante do drama de mais de 100 mil famílias, mas lembra que o presidente continuará reforçando todas as ações do governo para ajudar estados, municípios, o setor privado e os mais vulneráveis com o pagamento do auxílio emergencial.

A equipe presidencial tem pedido pelo menos que Bolsonaro evite novas declarações polêmicas sobre a atual crise sanitária, porque elas serão usadas como munição contra ele durante a campanha eleitoral de 2022.

Como vacina, o presidente quer prorrogar o auxílio emergencial, para dizer que buscou proteger os mais vulneráveis, e não deixou de anteder aos pedidos de socorro de governadores e prefeitos. Por Valdo Cruz/G1