A missão do argentino Diego Dabove no Bahia não será fácil. Contratado para substituir Dado Cavalcanti no comando da equipe, o novo técnico terá uma semana de trabalho antes da partida contra o Fluminense, na próxima segunda-feira (30), às 19h, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Vamos repetir tudo de bom que vínhamos fazendo, com toda a humildade do mundo, propondo muito trabalho, sinceridade e profissionalismo, disse o comandante tricolor.
Além de recuperar o bom futebol, o treinador precisará a autoestima do elenco, afinal, o Esquadrão não sabe o que é vencer no Campeonato Brasileiro há sete rodadas. Nesse período, foram seis derrotas, diante de Grêmio (2×0), Atlético-GO (2×1), Sport (1×0), Atlético-MG (3×0), Flamengo (5×0) e São Paulo (1×0), além de um empate com o Cuiabá (1×1). Na soma dos jogos, o time marcou apenas dois gols e sofreu a incrível marca de 14.
O resultado da sequência negativa foi a queda livre na tabela de classificação. A luta por uma vaga no G6 deu lugar ao desespero contra o rebaixamento. Para se ter uma ideia, o Bahia tem nove derrotas na Série A e o único time que perdeu mais foi a Chapecoense, com 11. A única equipe que tomou mais gols que o tricolor também foi a catarinense: 29 contra 28.
Um dos principais desafios de Dabove é conseguir oxigenar o elenco sem muitos recursos para contratar novas peças. A solução pode estar no elenco sub-23. Nomes como Raniele e Raí, por exemplo, que entraram na derrota de 2×0 diante do Grêmio, sábado passado, podem aparecer como alternativas. Quem também pode aparecer é o zagueiro Gustavo Henrique, o lateral esquerdo Mayk, o volante Pablo, além dos atacantes Marcelo e Ronaldo.
Por outro lado, o comandante também precisará definir a situação de jogadores que ainda não corresponderam dentro das quatro linhas. Contratados para a temporada, os zagueiros Ligger e Luiz Otávio, os volantes Jonas, Lucas Araújo e Matheus Galdezani, e os atacantes Rodallega, Oscar Ruiz e Thonny Anderson não conseguiram se firmar. Além disso, antigos nomes do elenco como os laterais Nino Paraíba e Matheus Bahia, o volante Patrick e o meia Rodriguinho não vivem bom momento.
Perfil e histórico
Nascido de Banfield, na grande Buenos Aires, Diego Dabove tem 48 anos e teve uma curta carreira como atleta. Goleiro formado nas categorias de base do Lanús, rodou por equipes menores da Argentina e se aposentou com 27 anos. A primeira experiência como treinador profissional foi em 2018. No Godoy Cruz, foi vice-campeão argentino na temporada 2017/2018. A campanha levou o time da cidade de Mendoza à Libertadores de 2019.
No ano seguinte, já no Argentinos Juniors, também conseguiu levar a equipe para a Libertadores ao ser quinto colocado no campeonato nacional. Uma curiosidade em relação ao perfil do comandante é a fama de ser rigoroso. Anunciado em janeiro deste ano pelo tradicional San Lorenzo, não conseguiu repetir o bom desempenho e teve problemas de relacionamento com os irmãos paraguaios Ángel e Óscar Romero.
Acabou saindo do clube em maio após pedir demissão. Treinou a equipe em 20 partidas, com oito vitórias, cinco empates e sete derrotas. Em campo, Dabove gosta de atuar com jogadores abertos pelas pontas, num estilo mais reativo e aproveitando o contra-ataque em velocidade. Resta saber se terá tempo e material humano para implantar sua filosofia de trabalho no Bahia. (Correio da Bahia)