A paisagista Elaine Perez Caparroz, de 55 anos, espancada dentro do próprio apartamento durante o primeiro encontro com um jovem que conheceu na internet, gravou um vídeo para dizer que se recupera das lesões: “Logo, logo, eu estou numa boa”, garantiu. O vídeo foi compartilhado por um familiar que a acompanhava no hospital.

“Ela nasceu de novo”, afirmou o autor do vídeo. Ele agradeceu o apoio e orações das pessoas que acompanham a repercussão do caso. Rogério Caparroz, irmão de Elaine, contou que ela ficou abalada ao ver seu rosto desfigurado, mesmo com a família tentando impedir que ela se visse no espelho.

“No momento em que ela se olhou no espelho ela ficou abalada e começou a ter noção da gravidade do que tinha acontecido com ela”, contou.

Rogério enfatizou que a paisagista segue muito abalada psicologicamente. “Ela está com as ideias um pouco desconexas ainda. Ela está muito abalada. Às vezes ela revive algumas situações, fica muito impactada. De repente ela volta e fala que vai superar aquilo”, disse.
Agressor pode ter negada carteira da OAB.

Preso em flagrante pelas agressões, o estagiário em direito Vinícius Batista Serra, de 27 anos, pode ter negado seu pedido de registro junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, assim, ser impedido de exercer a profissão. De acordo com a entidade, ter idoneidade moral é pré-requisito indispensável para o exercício da advocacia.

Vinícius, que tem registro de estagiário ativo e em situação regular na OAB-RJ, foi aprovado no 27º Exame de Ordem Unificado, cujo resultado foi divulgado no dia 12 de fevereiro. A aprovação no exame, um dos mais concorridos no país, porém, não garante o registro profissional.

O Estatuto da Advocacia estabelece que é preciso ter idoneidade moral para ser advogado. Após a aprovação no exame, o candidato ainda é submetido a um conselho que avalia, entre outras condições, a vida pregressa. A carteira da OAB só é entregue em solenidade específica.

Segundo a assessoria da OAB-RJ, diante de um fato público e notório de tamanha gravidade, como o crime cometido pelo ainda estagiário, a entidade poderá negar a ele a concessão da carteira profissional.

Em nota, a OAB-RJ manifestou “o mais profundo sentimento de repúdio” ao ocorrido. Destacou que acompanhará o caso para devida responsabilização de Vinícius de acordo com o Código de Ética e Disciplina da entidade.

“Como o crime pode envolver inscrito nos quadros da Ordem, a OAB Mulher está fazendo o devido acompanhamento junto à Diretoria de Mulheres da instituição. Essa diretoria já requereu à Presidência da Ordem que, caso seja confirmada a condição de estagiário inscrito na OAB/RJ, haja a devida responsabilização conforme o Código de Ética e Disciplina da Seccional”, destaca o comunicado da entidade.

A nota enfatiza a “escalada da violência contra a mulher”, destacando que somente nos primeiros 11 dias deste ano, 33 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil. Lembrou que, conforme dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, “companheiros, ex-companheiros, familiares, amigos, conhecidos ou vizinhos são os responsáveis por 68% dos casos de violência física, 65% dos casos de violência psicológica e 38% dos de violência sexual sofrida por mulheres, no Estado”.

“Esses números demonstram que o lar de uma mulher, ao contrário do que muitos pensam, não é um lugar seguro, pois é justamente dentro de casa que a violência costuma ser praticada”, defendeu a OAB. G1