Em Salvador para participar da Semana do Clima da América Latina e do Caribe, que começou na segunda (19) e segue até sexta (23), o diretor sênior de políticas e coordenação de programas da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), Martin Frick, defendeu a união dos povos no combate ao aquecimento global.

Frick, que é um diplomata alemão, participou da Semana do Clima na quarta-feira (21) e nesta quinta (22), quando conversou com o G1. Para ele, a situação atual com relação ao aquecimento global é ruim e, para conseguir uma mudança, é necessário o esforço conjunto de governos e cidadãos de todo o mundo.

“O que estamos fazendo em eventos como esse é espalhar a palavra, trazer todo mundo para a causa, para as pessoas começarem a entender que não é só sobre políticos, é sobre nós, é sobre a comunidade, é sobre nossos negócios, famílias, é algo que importa a todo mundo”, afirma. Ele explica que, atualmente, o aquecimento global é de 1°C, e que são necessários esforços para que o índice se mantenha abaixo de 2ºC, como determinado no Acordo de Paris.

“Para isso, é necessário o comprometimento e a ação de cada governo. Mas todos os governos também precisam do apoio e ação dos cidadãos. Os cidadãos precisam exigir ações com relação ao clima e eles têm que contribuir com isso porque, no final, são 7 bilhões de pessoas que precisam trabalhar juntos para manter o planeta em um limite seguro”, explicou.

Frick chama a atenção também para o fato do aquecimento global em 1ºC dar a sensação de que é inofensivo, mas que não é o caso. “Isso soa inofensivo, mas não é inofensivo. Nós temos incêndios florestais na região do Acre. Um país como o Brasil possui áreas abaixo do nível do mar, assim como áreas montanhosas, onde podem ocorrer deslizamentos de terra”, disse.

Ele ainda acrescentou que mudanças no clima podem causar diversos tipos de problemas graves. “Chuvas extremas, tempestades, ondas de calor, tudo isso está afetando a população brasileira, assim como qualquer outra população no mundo. E é isso o que eu quis dizer: não é só sobre governos, é sobre as pessoas”, concluiu. G1