Um desfecho com final feliz para ambas as partes. O imbróglio entre Vitória e Rodrigo Chagas terminou nesta última quinta-feira (12). Depois de algumas divergências, clube e treinador acertaram a rescisão de contrato em comum acordo, o que permitiu a contratação de Wagner Lopes, anunciado na noite desta quinta-feira (12).
“Graças a Deus. Para a minha alegria, para poder ajudar o clube mais uma vez, mesmo não estando à frente, mas com um acordo. Desde quando teve a situação, sempre me deixei a cavalheiro pra fazer um acordo, sempre me mantive aberto, até porque sabia que o Vitória iria precisar em algum momento, ter a necessidade de mais um treinador”, confirmou Rodrigo Chagas. A documentação já foi assinada.
Rodrigo Chagas foi demitido no dia 8 de junho, após a 2ª rodada da Série B. Ele entrou de férias após deixar o posto. Em julho, quando retornou, decidiu que sairia do clube para seguir a carreira de treinador profissional, mas até esta quinta-feira a rescisão não havia sido concluída. Na semana passada, Rodrigo havia notificado o clube cobrando verbas de rescisões e salários. O Vitória emitiu comunicado à impresa informando que ele ainda era funcionário e que deveria se reapresentar na Toca.
“Não tenho mágoa, pelo contrário. Estou contente de poder ajudar a equipe. Abri mão de muita coisa que poderia brigar na Justiça. Não quis e não quero isso. Procuramos fazer um acordo bom para ambas as partes. Ficou melhor para o clube e não me arrependo, porque sou muito grato ao clube por tudo que fez por mim”, disse Rodrigo.
Com aproveitamento de 51% em 30 jogos, ele é o treinador com melhor desempenho no mandato do presidente Paulo Carneiro, iniciado em abril de 2019. Após a demissão, foi substituído por Ramon Menezes, também já demitido do cargo. Este último deixou de exercer a função no último dia 4, mas não teve o desligamento oficializado pela diretoria.
“A minha chateação foi por sair com duas rodadas. Não por Ramon, mas sim pelo que eu tinha feito no clube em um passado recente, em que a equipe quase caiu para a Série C e eu salvei. Aí chega no momento principal do campeonato… Minha insatisfação foi por ter saído com dois jogos no Brasileiro, mas já passou. Agora é outro momento. Mais uma vez estou ajudando o clube, abrindo mão de muita coisa. Quero sair como entrei, pela porta da frente, para que as pessoas saibam o carinho que tenho pelo clube e pela torcida, que na verdade foi quem me colocou como treinador. Quem sabe no futuro a gente possa estar retornando. Eu só tenho gratidão”, detalhou Rodrigo Chagas.
Ele contou que está fazendo curso na CBF e que ainda não recebeu proposta para treinar outro time. “Concreta, não. Uma ou outra situação e especulação de outro clube. Estou fazendo a licença para crescer e evoluir, estou em processo no curso e sei que já, já tem algo reservado para mim”, projetou.
NOVA REGRA
O acordo entre o Vitória e Rodrigo Chagas ganhou maior importância por causa da nova regra que limita a contratação de treinadores. De acordo com a CBF, “(…) o clube começará o Brasileiro com um técnico inscrito e, caso demita este treinador, poderá inscrever apenas mais um técnico. Se houver uma segunda demissão, o profissional substituto tem que estar trabalhando no clube há pelo menos seis meses. Em caso de pedido de demissão por parte do treinador, o clube não sofrerá limitação para inscrever um novo técnico”.
Por isso, o acordo firmado com Rodrigo foi fundamental para o Leão contratar um terceiro treinador, no caso, Wagner Lopes. Do contrário, o clube teria que colocar na função alguém que já é funcionário há seis meses, caso do interino Ricardo Amadeu, que comandou o time na derrota para o Vasco (0x1) e no empate com o Cruzeiro (2×2). (Correio da Bahia)