Agência Brasil

O número de trabalhadores baianos afastados de suas funções teve uma quada de mais de 3,6% no mês de junho, em relação ao mês de maio deste ano. Além disso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (23), pontuou que a Bahia caiu na relação dos estados com maior número de desocupados.

Segundo a pesquisa, em junho 984 mil pessoas estavam afastadas das atividades. Já em maio, esse número chegou a 1,2 mi. Com isso, a proporção de trabalhadores afastados por causa da pandemia no estado passou de 22,7% em maio para 19,1% em junho. Isso colocou Bahia em 11ª na lista em relação aos 26 estados do país.

A pesquisa apontou ainda que entre os dois meses, houve uma procura maior por emprego. Em Junho, 900 mil pessoas não foram absorvidas pelo mercado de trabalho. Em maio, 851 mil pessoas estavam na mesma situação, o que aponta aumento no número de desocupados, pessoas que não estavam trabalhando e procuraram emprego: passou de 14,2% em maio, para 14,9% em junho.

Apesar do crescimento percentual, a Bahia deixou de ter a segunda maior taxa de desocupados no país e passou a ocupar a quarta posição. A Bahia superou Alagoas (de 12,7% em maio para 15,3% em junho) e Amazonas (de 12,0% em maio para 15,1% em junho) e o Amapá, que se manteve com a maior taxa de desocupação nos dois meses (15,8% em maio e 17,6% em junho).

No Brasil como um todo, a taxa de desocupação avançou de 10,7% para 12,4%, entre maio e junho. A pesquisa ainda detalhou que o número de pessoas que não estavam trabalhando, queriam trabalhar, mas nem chegaram a procurar emprego por causa da Covid-19, ou por falta de oportunidades, praticamente não mudou na Bahia, entre maio e junho: passou de 2,402 milhões para 2,401 milhões.

Somando esse grupo ao dos desocupados (904 mil), no mês passado, a pandemia ainda dificultava a busca por trabalho para 2,9 milhões de pessoas na Bahia. O estado manteve o segundo maior contingente de impactados, abaixo apenas do verificado em São Paulo (6,721 milhões).

Maior proporção de trabalhadores com redução salarial do país

Em junho, a Bahia foi o estado que teve a maior proporção de pessoas ocupadas com redução salarial do país. No mês, 4 em cada 10 pessoas ocupadas na Bahia (2,137 milhões de trabalhadores, ou 41,5%) tiveram redução no que recebiam antes, no rendimento efetivo, comparado com o que costumavam receber, que é o rendimento habitual.

Apesar de ter tido uma leve variação para baixo em relação a maio, quando o índice havia sido de 42,4%, o percentual na Bahia foi o maior entre os estados. No país, 35,9% das trabalhadores estavam nessa situação. A redução média no rendimento de trabalho na Bahia, em junho, foi de 20%. Normalmente, os trabalhadores no estado tinham um rendimento médio mensal de R$ 1.621. Mas em junho isso passou para R$ 1.298.

Comércio e Indústria

O segmento de comércio, reparação de veículo automotores e motocicletas teve o maior aumento no número de trabalhadores baianos, com mais 52 mil pessoas ocupadas entre maio e junho. A indústria em geral veio em seguida, com mais de 36 mil trabalhadores, e administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais ficou em terceiro, com mais 15 mil ocupados. Por outro lado, outras atividades mostraram os saldos mais negativos no número de pessoas ocupadas, de maio para junho: construção (-13 mil) e alojamento e alimentação (-9 mil)

Informalidade

Em junho, a taxa de informalidade na Bahia – a proporção de trabalhadores informais no total da população ocupada- ficou igual à de maio: 48%. Isso significa que, no estado, 2,4 milhões de pessoas eram empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos sem carteira assinada; empregadores ou trabalhadores por conta própria que não contribuíam para o INSS; ou trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente. G1