EC Bahia

Depois de quase oito meses, o Bahia vai matar a saudade de casa. Nesta quinta-feira (5), às 21h30, o tricolor recebe o peruano Melgar, em jogo pela segunda fase da Copa Sul-Americana e que marca o retorno da equipe ao estádio da Fonte Nova. Acostumado a ser palco de emoções e glórias para os tricolores, o estádio passou os últimos meses servindo a um bem maior. Transformado em hospital de campanha, a Fonte Nova abrigou pacientes vítimas da covid-19.

Na retomada do futebol durante a pandemia do novo coronavírus, o Bahia passou a mandar as partidas no estádio de Pituaçu. Com a queda no número de casos da doença no estado, o hospital da Fonte foi desativado e o equipamento liberado para voltar a receber jogos de futebol. O jogo de hoje será apenas o quinto do Esquadrão no estádio em 2020, mas o retorno vai ser bem diferente do que foi na última vez em que o time esteve ação na arena.

Se no dia 7 de março o clima era de festa com público pagante de mais de 29 mil torcedores e rodada dupla por Copa do Nordeste e Campeonato Baiano, dessa vez as arquibancadas vão estar vazias – por conta da pandemia o público nos estádios ainda não está liberado -, e o clima no tricolor é de pressão.

Para manter vivo o sonho de conquistar a Sul-Americana, o clube precisa vencer o Melgar por pelo menos dois gols de diferença. Assim, conseguirá reverter a vantagem peruana, já que perdeu o jogo de ida por 1×0, em Lima, na última quinta-feira, e avançará às oitavas de final no tempo normal. Se devolver o placar da primeira partida, a decisão vai para os pênaltis.

Com uma missão importante nas mãos, a preocupação do Bahia se volta para o nível de concentração dos jogadores. Dentro do elenco, os atletas se cobram para que os erros individuais apresentados nas últimas partidas não se repitam e para que a equipe seja eficiente quando tiver a chance de marcar os gols.

“O que é nítido aqui dentro, o que a gente se cobra, é a questão de que estamos tomando bastante gols, oferecendo vantagem ao adversário. Estamos pecando nas finalizações, perdendo gols bobos. Vamos tentar melhorar isso, até para a confiança da equipe vir numa crescente. Com os resultados negativos fica até uma dúvida do que estamos fazendo. Precisamos emplacar algumas vitórias para que a confiança possa ficar elevada”, explicou o meia Rodriguinho. Quem passar do duelo entre Bahia e Melgar vai encarar o vencedor de Emelec, do Equador, e Unión Santa Fe, da Argentina, que jogam hoje. Na ida, os equatorianos ganharam fora de casa por 1×0.

 Alívio lá e cá
Na Cidade Tricolor, a Copa Sul-Americana é enxergada como uma boa oportunidade para o Bahia na temporada 2020. Até aqui, o Esquadrão decepcionou em todas as competições que disputou. Foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil, perdeu a final da Copa do Nordeste para o Ceará, passou sufoco para vencer o Atlético de Alagoinhas no Baiano e vem lutando contra o rebaixamento no Brasileirão. Por isso, o foco está em passar pelo Melgar e evitar um novo vexame.

“A pressão sempre existe. Aqui todo mundo está muito otimista de que isso não vai acontecer, a equipe vai se comportar bem e vai conseguir o resultado para classificar. Todo mundo está muito ciente de que a Sul-Americana é importante para a gente, já tivemos algumas eliminações não satisfatórias para a torcida, diretoria e nós jogadores”, avisou Rodriguinho. Além disso, o torneio tem importância financeira. Se avançar, o Bahia embolsará 500 mil dólares (R$ 2,8 milhões na cotação atual). O dinheiro dará um respiro aos cofres, que vem sofrendo com perdas de receitas desde o início da pandemia. (Correio da Bahia)