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Mesmo após a saída do governo, o ex-secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, acredita que a criação da nova CPMF, que incidiria sobre pagamentos, não será morta. Sem o novo imposto, diz Cintra, Guedes não tem como cumprir a promessa de desonerar a folha de pagamento das empresas, mesmo sem fazer críticas ao ministro da economia.

“É a única alternativa viável de fazer a desoneração da folha (zerar ou reduzir a contribuição de 20% sobre os salários que as empresas pagam). Se há desejo de fazer a desoneração, vai ter que se voltar a esse tema de maneira modificada, atenuada e maneira mais gradativa. Esse tributo será renegociado”, comentou ao Estadão.

Cintra revelou que para desonerar completamente a folha brasileira seriam necessários de R$ 230 bilhões a R$ 250 bilhões.”Um valor desse não tem onde sequer imaginar que outro tributo existente possa acomodar uma arrecadação adicional desse tamanho. Sem gerar isso, não há como gerar emprego e baratear o trabalho. É um tributo universal e com potencial de arrecadação muito grande”, complementa.

Guedes não foi alvo de mágoas pelo ex-secretário. “Eu sou um profissional. Tenho 30 anos de janela do setor público e já passei por tudo que é cargo e função e sei que as coisas têm que ser levadas, sobretudo, pelas circunstâncias”, disse Cintra.

“Esse negócio de fofoca interna de governo não constrói nada. Se acumulei alguma adversidade política contra o meu nome foi pela força das minhas convicções. Continuo torcendo muito pelo sucesso desse governo”, finalizou Marcos desconversando sobre a motivação de sua saída do governo Bolsonaro.