A nova investida da Polícia Federal contra o senador mineiro Aécio Neves o submeteu a patamares elevados de pressão para que saia do PSDB. Ex-presidente do partido, o senador Tasso Jereissati se disse surpreso com as revelações da Operação Ross sobre uma suposta mesada de R$ 50 mil ao tucano paga pela JBS. “É estranho. Se for verdade, é muito sério”, disse Jereissati Tasso. “Aécio já prejudicou muito o partido”.

 

Na Câmara, deputados tucanos defendem reservadamente a abertura de um processo de expulsão do mineiro, que na eleição de outubro se elegeu para uma vaga na Casa. O Conselho de Ética do PSDB está instalado há cerca de dez dias com o deputado Samuel Moreira na presidência para analisar outros pedidos de expulsão de dois políticos segundo o Folhapress.

 

São eles: O ex-governador paulista Alberto Goldman e do prefeito de São Paulo, Bruno Covas. Caso chegue um pedido relativo a Aécio Neves, o andamento seria célere, segundo tucanos que acompanham o conselho. A decisão final, de toda forma, seria da Executiva nacional. “Com fortes indícios, como tem, de envolvimento [com corrupção, Aécio] tem que sair. Se não sair, tem que ser expulso”, afirmou o deputado João Gualberto (PSDB).

 

“Se o partido quiser sobreviver e estar antenado com a sociedade, tem que ter essa coragem. Eu não tiro a importância de ninguém com o seu passado, mas o presente não é mais isso. Aécio passou do tempo de sair. Ele prejudicou muito o partido na eleição”. Segundo Gualberto, sua opinião é compartilhada pela totalidade da bancada do PSDB na Câmara, à exceção dos deputados mineiros.

 

“As pessoas não têm é coragem”, criticou. No Senado, Aécio disse que a ação da PF, que cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis ligados ao tucano, foi desnecessária porque ele é o maior interessado em esclarecer os fatos apurados.

 

“A verdade é que não podemos mais aceitar que delações de criminosos confessos e suas versões se sobreponham aos fatos. O fato concreto é um só. Do que estamos tratando neste inquérito? De doações a campanha eleitoral, doações feitas em 2014 de forma legal, registradas na Justiça Eleitoral, aprovadas por esta mesma Justiça Eleitoral sem qualquer contrapartida”, defendeu-se. O senador, eleito deputado federal nas últimas eleições, disse que o empresário Joesley Batista tenta manter sua “incrível imunidade penal”.