Um novo estudo comprova que a vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, não causa autismo. Mesmo que com estudos anteriores que mostravam que a vacina não está associada ao autismo, muitos pais continuam insistindo em não imunizar seus filhos.

De acordo com informações do site Veja, pesquisadores do Instituto Statens Serum, na Dinamarca, acompanharam por dez anos, 657.461 crianças nascidas no país entre 1999 e 2010. A Dinamarca possui um programa nacional de vacinação gratuito e voluntário.

Do total de crianças acompanhadas, 31.619 crianças não foram vacinadas e 6.517 receberam o diagnóstico de autismo. Isso representa uma taxa de incidência de 129,7 a cada 100.000. Os pesquisadores não encontram maior incidência proporcional do diagnóstico entre as crianças vacinadas e não vacinadas.

“A comparação entre crianças vacinadas e não vacinadas produziu uma razão de risco de autismo de 0,93. Nenhum risco aumentado de autismo após a vacinação foi consistentemente observado em subgrupos de crianças definidas de acordo com a história de autismo dos irmãos, fatores de risco do autismo (com base em um escore de risco de doença) e outras vacinações ou durante períodos específicos após a vacinação”, afirma o estudo publicado nesta segunda-feira (4) na revista científica Annals of Internal Medicine.

O diretor do Centro de Educação em Vacinas do Hospital Infantil da Filadélfia, Paul Offit, disse em entrevista à rede americana CNN que a maior contribuição do estudo foi a avaliação de crianças com maior risco de autismo, como as que já têm um irmão com o diagnóstico.

Anders Hviid, líder do estudo e pesquisador do departamento de epidemiologia do Instituto Statens Serum acredita que o novo estudo oferece dados confiáveis  de que o vínculo entre vacina e autismo não existe.

O MITO
O mito que relaciona as vacinas com o autismo surgiu de um estudo que foi publicado em 1998 na revista científica The Lancet. O médico britânico Andrew Wakefield informava em seu estudo que 12 crianças que eram normais até receberem a vacina tríplice viral se tornaram autistas depois de desenvolverem inflamações intestinais causadas pelo imunizante. Foto: Agência Brasil / Marcelo Camargo