Foto: Elói Corrêa/GOVBA

Não é pequena a pressão que o governador Rui Costa (PT) tem recebido contra a nomeação do vice-governador João Leão (PP) para a sua Casa Civil. Ela se difunde por entre os partidos da base, é verdade. Mas seu núcleo mais forte está, sobretudo, no senador Jaques Wagner (PT), que usou o processo de disputa pela presidência da Assembleia para tomar a articulação política do governo e reforçar sua aliança com os petistas.

O PT e, em especial, seus deputados estaduais, cuja relação com Rui nunca foi das mais excepcionais, estão enfileirados na trincheira com Wagner e seu projeto de concorrer de novo ao governo do Estado. O partido e sua legião de políticos não contam em abrir mão do poder que conquistaram. É menos a Leão, pessoalmente, do que ao que sua ida para a cozinha do governo representa que Wagner se opõe.

No fundo, ela sinaliza que Rui está disposto a passar o governo no prazo de desincompatibilização para o vice a fim de poder disputar a vaga ao Senado que surgirá com o fim do mandato do senador Otto Alencar (PSD). Não espanta que, no PT, a decisão seja encarada como um golpe em Wagner, que acredita que não terá condições de entrar na sucessão de Rui, em 2022, se o governador não ficar na cadeira até o fim. (Política Livre)