O número de internações por síndromes respiratórias graves aumentou em 20% na rede privada de Salvador, entre os meses de outubro e novembro, segundo informações da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Conforme o órgão, todos os pacientes estão com suspeitas de Covid-19. “Nesse momento, não há necessidade de toque de recolher. Nós estamos conseguindo absorver a demanda dos nossos hospitais. Aqui na capital, nós temos uma capacidade de ampliação de leitos ainda muito significativa, mas também não é totalmente descartável ter que fazer isso em uma cidade ou outra, em uma região ou outra”, disse o secretário de saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas.

Segundo as autoridades de saúde da Bahia, esses números trazem preocupações e revelam um avanço da Covid-19 no estado, já que a taxa de pessoas infectadas voltou a subir em todas as regiões. Com apenas dois dias, o mês de dezembro já registrou mais de 3 mil casos , número quase cinco vezes maior do que o notificado há duas semanas. As internações de pacientes com sintomas graves de Covid-19 também estão aumentando na rede pública. A última vez que a Bahia tinha registrado uma taxa de ocupação de UTI’s de 70% foi em 3 de agosto. Depois os percentuais caíram, chegando a 46% no dia 12 de outubro.

A taxa, que oscilou entre 50 e 60% em novembro, voltou a aumentar para 71% no começo de dezembro. Segundo a Sesab, também houve grande evolução nos casos ativos da Covid-19, aqueles de pessoas contaminadas e que ainda podem infectar outras. A última vez que o patamar de 11 mil registros foi atingido foi em 30 de agosto. Em setembro, caiu para 7 mil, baixou mais um pouco em outubro, e despencou para 5 mil no começo de novembro. Nos dois primeiros dias desse mês, o número mais que dobrou, saltando para mais de 11 mil. Para o presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde da Bahia, Mauro Adan, o aumento de casos de síndromes respiratórias graves já se reflete nas internações.

“Esse aumento dessas internações está acontecendo. Isso começou a acontecer nos últimos 15 dias para cá e nós temos uma ampla oferta de leitos, mas é verdade, é fato que as internações com insuficiência respiratória, elas têm sido crescentes no sistema de saúde suplementar, o privado da Bahia”, contou Mauro Adan. Quando as taxas estavam em queda, a retomada das atividades econômicas na capital foi vinculada à ocupação das UTI’s. Na fase um, a ocupação deveria ser igual ou abaixo de 75%, na dois, 70%, e na fase três, 60%.

Salvador começou o mês de dezembro com ocupação de 65%, acima do percentual que permitiu a ativação da fase três, que liberou o funcionamento de espaços como clubes, teatros, cinemas, casas de espetáculo, e centros de eventos. O secretário municipal de saúde de Salvador, Léo Prates, diz que enquanto for possível ajustar demanda e oferta de leitos, não vai ter recuo na flexibilização das atividades econômicas.

“Nós e o Governo do Estado estamos ampliando a oferta de leitos na cidade, porém a gente precisa da colaboração do cidadão, porque a nossa capacidade de expandir, ela é finita. Então, para que a gente não tenha de volta qualquer medida, que ainda não é o cenário nesse momento, é preciso que se diga, nós precisamos da colaboração da população e nós estamos trabalhando com a criação da oferta para garantir a manutenção do emprego e atividade econômica da cidade”. G1