(Foto: Nara Gentil/Arquivo CORREIO)

No mundo todo, os profissionais de saúde estão sendo os primeiros a serem imunizados, mas outro grupo tem recebido uma atenção especial. Na fila da vacina contra a Covid, os mais velhos também têm prioridade. É que os efeitos da idade no corpo nem sempre são assim, visíveis. As células do sistema imunológico, por exemplo, envelhecem como qualquer outra. E a defesa do corpo fica mais vulnerável à medida que os anos passam.

O sistema imunológico reage de duas maneiras quando entra em contato com um organismo estranho. A primeira é a resposta inata, que já nasce com a gente. A reação é quase imediata. As células de defesa dão o alerta para outras células de que existe uma infecção e começam a combater o invasor. A segunda resposta, adaptativa, é adquirida ao longo da vida. Se trata do anticorpo produzido para combater uma doença específica e que fica na memória do nosso organismo.

A vacina induz este tipo de reação. Mas o envelhecimento torna todo esse processo menos eficaz. “As células de defesa do nosso organismo agem de uma forma um pouco mais lenta. É muito importante inclusive o diagnóstico precoce dessas doenças”, explica Maisa Kairalla, geriatra e coordenadora da Comissão de Imunização da SBGG.

Dona Josefa Gomes Goggi, de 83 anos, está internada com Covid há quase 20 dias em um hospital de São Paulo. Quando os médicos descobriram a doença, estava com 50% do pulmão comprometido. “Estou com muita saudade da minha família. A coisa que mais desejo na vida é ficar com eles, meus netos, bisneto, nossa, estou com muita saudade. Tomara, Deus, que já vá embora logo”, diz.

Com a idade, a tendência é essa mesmo: desenvolver formas mais graves da Covid. Segundo o Ministério da Saúde, do total de 182.885 mortos, 135.392 tinham mais de 60 anos. Por isso mesmo a vacina é tão importante para quem tem mais de 60 anos, para compensar essa perda de capacidade causada pelo tempo, principalmente se, ao longo da vida, a pessoa não teve hábito saudáveis, com boa alimentação e exercícios físicos.

“Essa conscientização de vacinação é fundamental para que a gente possa mudar o curso da pandemia, não só aqui no nosso meio, no Brasil, que infelizmente a gente tem números muito ruins e a mortalidade é muito alta, como em todo o resto do mundo”, avalia Aline Thomaz, geriatra. G1