O número de roubo a veículos em Salvador aumentou 10,7% nos primeiros seis meses de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado, e o estado teve uma média de 50 pessoas presas por dia entre janeiro e junho. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), nesta quarta-feira (19), durante um balanço das ocorrências. Outros crimes, como homicídios, latrocínios e ataque a agências bancárias tiveram redução.
O titular da SSP, Marcelo Werner, lamentou o crescimento das ocorrências de roubo a veículo, disse que por conta do aumento de casos foi criado o Batalhão de Policiamento de Prevenção a Furtos e Roubos de veículos (BPFRV), antiga Operação Apollo, com mais homens e investimentos, e afirmou que a polícia está monitorando a ação dos criminosos.
“Esse crescimento não é uma tendência apenas na Bahia, é uma tendência nacional. Houve aumento da frota e do valor econômico do carro, e isso se transforma em uma atração para o meliante, seja como troca, seja pela venda das peças. Estamos com ações para combater essas práticas. Além disso, há as reincidências, muitas vezes, as equipes estão prendendo novamente uma pessoa pelo mesmo crime”, afirmou.
A maioria das ocorrências acontece na Orla Atlântica e em conjuntos habitacionais com estacionamento aberto, como Cabula e Brotas. A delegada-geral adjunta, Elaine Nogueira, explicou que não há um modelo de veículo preferido pelos bandidos ou um perfil de vítima mais comum, segundo ela, o criminoso busca uma oportunidade.
“Eles avaliam uma distração da vítima, como o momento em que ela fica parada dentro do carro olhando o celular ou esperando por alguém. Eles usam outro veículo, vão acompanhando o carro e esperam a chance para agir. É importante observar quando estiver chegando ou saindo de casa se tem algum carro parado com gente dentro, e redobrar a atenção”, disse.
Os roubos a veículos são mais frequentes no início da manhã, no horário em que a população está saindo para o trabalho, faculdade, escola ou médico. O comandante da Polícia Militar, coronel Paulo Coutinho, orienta a vítima a nunca reagir. “O criminoso sempre busca a facilidade, essa é a tônica. Ele evita ter dificuldade, e da mesma forma ele atua no roubo a veículo”, explicou.
No primeiro semestre, a SSP registrou 2.415 assassinatos na Bahia, ainda assim houve reduções de 4% no número de homicídios na comparação com o mesmo período de 2022, quando foram registrados 2.516 casos. Outras reduções foram nos crimes de lesão corporal, (16,7%), latrocínio (13,6%), feminicídio (14,9%), roubos a ônibus (8,8%) e roubos a bancos (45%).
A pasta destacou também a apreensão de 2.570 armas de fogo de janeiro a junho, uma média de 14 por dia. No ano passado inteiro, foram localizados 22 fuzis. Este ano, já foram apreendidos 36 armamentos desse tipo. Além disso, a tecnologia de reconhecimento facial ajudou na prisão de 326 criminosos que estavam com mandados de prisão em aberto, uma média de duas capturas por dia. Correio da Bahia