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A realização (ou não) do Carnaval de Salvador nos seus moldes tradicionais segue sendo motivo de dúvidas, não só para a população de modo geral, como também de todo o trade envolvido na elaboração da festa. Se já há alguma certeza sobre a realização dos eventos privados com capacidade para até cinco mil pessoas, a festa para o ‘povão’ segue sem data para acontecer.  Ao reconhecer que o “Carnaval dos ricos está garantido”, o prefeito Bruno Reis (DEM) disse, ao Bahia Notícias, que agora é hora de “pensar no dos pobres”.

Em entrevista ao BN, onde o gestor fez um balanço das ações do seu primeiro ano de governo, Bruno Reis reforçou que não irá tomar nenhuma decisão precipitada sobre a folia. No entanto, questionado sobre a possibilidade de um evento que abarque um público que não tem condições de arcar pelas luxuosas festas privadas, Reis disse que tem pensando em alternativas, só não revelou quais. O prefeito defendeu que o principal ativo da folia momesca é o seu caráter democrático e a possibilidade de pessoas que não tenham como pagar pelas festas, possam aproveitar nas vias públicas.

“Na prática o Carnaval dos ricos está garantido. O que nós vamos fazer pelo Carnaval dos pobres? Vamos ter que travar esse debate e ver se o caminho é por organizar algo que atenda as pessoas que estão nessa situação. Como eu disse, para isso temos um tempo maior. Sempre disse que a prefeitura teria condições de organizar um Carnaval tradicional em 30 dias. Temos know-how e expertise para isso. Já temos contratos firmados que dependem de ordem de serviço para entrar em exercício e que podemos fazer com um limite de trinta dias”, explicou.

Reforçando a necessidade de cautela na tomada de tal decisão, o gestor assegurou que a organização de um evento de tal porte pode ser pensada em até trinta dias antes das datas usuais da festa – entre os primeiros meses do ano. Reis foi incisivo. Mas nem um pouco inusitado,  ao dizer da necessidade de se observar como a pandemia da Covid-19 vai se comportar para, a partir daí, agir.

“Vamos ver como vai acontecer o Réveillon em outras partes do Brasil e do mundo. Vamos ver com vai ser o verão, o Carnatal, o rodeio de Jaguariúna e tantos outros eventos que estão ocorrendo para a gente tomar uma decisão. O importante é que iremos tomar essa decisão de forma coletiva, junto com o governo do estado e com cautela. Eu não hesitarei em decidir. Isso vocês podem ter certeza. Mas nós sabemos que todo momento que precede as decisões tem essa tensão, tem as opiniões das mais diversas, mas cabe a gente decidir”, disse.

O prefeito pontuou que tem buscado, desde quando iniciou sua gestão (em meio a pandemia) trazer estabilidade. “Neste período nunca tomei nenhuma decisão para depois voltar atrás. Tento trazer o máximo de estabilidade para um cenário tão instável como esse. Tomar decisões com todo equilíbrio. E assim iremos agir sobre o Carnaval e, se for possível, oremos apresentar uma alternativa que possam atender as pessoas que querem ver as grandes atrações e não tenham como pagar por isso”, finalizou.

EVENTOS CONFIRMADOS

Diante das incertezas pela realização da festa, alguns artistas já se adiantaram e anunciaram eventos privados. Os chamados carnavais indoor já forma confirmados por nomes como Ivete Sangalo, Xanddy e Saulo. Ivete seguiu na contramão de diversos cantores ao não anunciar o desfile do seu bloco, mas anunciou a própria festa privada. Serão seis dias de evento e apresentações de atrações locais e nacionais.

Outro grande evento no formato indoor também foi confirmado para o mesmo período do Carnaval. O Carnavalito, que acontece na Arena Fonte Nova, contará com três dias de festa e já vem sendo anunciado desde o meio do ano. De acordo com a organização da festa, além de tradicionais nomes de artistas baianos tradicionais, a festa privada deve contar com nomes como Sorriso Maroto e Zé Vaqueiro. Bahia Notícias