Aumentou o mal-estar entre parlamentares do PTB, que querem a apresentação de um novo nome para Ministério do Trabalho após a deputada Cristiane Brasil ser a protagonista de um vídeo gravado em um barco, ao som de música eletrônica dizendo que jura que não “tinha nada para dever” a dois ex-funcionários.

 

Ela foi processada por dois mototista na Justiça do Trabalho. Por esse motivo, Cristiane ainda não pode assumir a vaga. Parlamentares já estavam incomodados com a insistência do presidente nacional, Roberto Jefferson, que é pai de Cristiane, na indicação da deputada para comandar o Ministério do Trabalho.

 

Agora, a pressão ficou ainda maior. Na bancada e dentro do Planalto, detalha a reportagem, houve a percepção de que a deputada não soube se preservar e respeitar a liturgia do cargo. Mas apesar do novo embaraço, o Palácio do Planalto, segundo um interlocutor direto do presidente Temer, vai insistir na guerra judicial para deixar claro que é prerrogativa do presidente da República escolher e nomear ministros segundo informações do O Globo.

 

Segundo o jornal, integrantes da bancada do PTB reclamam que o partido nunca deveria ter desistido do nome do deputado Pedro Fernandes (PTB-MA) para o cargo de ministro, que teve nome vetado por ser adversário político do ex-presidente José Sarney na política do Maranhão. A legenda também aguarda a manifestação final da Justiça para ver os próximos passos.

 

“A divulgação desse vídeo foi muito ruim. Ela não apareceu com a postura de uma ministra”, disse um parlamentar do PTB ao jornal. Integrantes do partido fazem pressão para a indicação de um técnico no lugar de Cristiane. Na lista, o atual ministro interino, Helton Yomura, e o superintendente do Ministério do Trabalho em São Paulo, Eduardo Anastasi.

 

Segundo parlamentares, Anastasi tem o apoio do PTB paulista. Já Helton Yomura costuma ser elogiado pela própria deputada Cristiane Brasil, que diz o ter indicado para secretário-executivo. “O desgaste para o partido está muito grande. O erro foi o comando do PTB não bater o pé em favor de Pedro Fernandes para o cargo e aceitar veto de outros”, reclamava outro deputado, que conversou com Temer.