Foto: Ricardo Stuckert

Presidenciável pelo PT nas eleições de outubro, Lula defendeu que se possa fazer piadas com nordestinos e criticou o politicamente correto no humor. A declaração ocorreu em entrevista dada a blogueiros, na terça-feira (26). “Nós queremos um mundo multipolar, que tenha 500 pessoas discutindo na mesa, aí sim a gente vai ter um mundo feliz. O cara contando piada de nordestino e eu rindo. Eu contando piada de outras pessoas, sabe, e as pessoas rindo”, disse Lula, que prosseguiu o raciocínio.

“Está proibido contar piada, o mundo está chato para cacete. O mundo está pesado, sabe? Todas as piadas agora viraram politicamente erradas, então não tem mais graça”, complementou, ao dizer que quer um mundo multipolar, onde se pode “‘sentar na mesa e tomar cerveja com alguém que votou contra mim e contar piada.”

Ao encerrar sobre o assunto, o petista fez referência a Chico Anysio, comediante protagonista da Escolinha do Professor Raimundo, na TV Globo, que morreu em 2012. “Se você quer dar risada, é nesses programas de humorismo chato para cacete de televisão. Me parece que, depois que o Chico Anysio morreu, desapareceram os humoristas do Brasil”.

Lula abordou na entrevistas temas recorrentes de sua pré-campanha, como a reforma trabalhista e a revogação do teto de gastos. Questionado, ele criticou a ação do presidente Jair Bolsonaro (PL) a conceder um indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB), condenado pelo STF por declarações antidemocráticas.

“Ninguém é obrigado a gostar de mim, mas as pessoas são obrigadas a respeitar aquilo que está acontecendo em benefício de todos no país. Por isso é que eu acho que o Bolsonaro foi estúpido quando fez essa decisão que ele tomou, essa graça que ele fez. Porque ele acha que é graça mesmo, sabe? Não graça no sentido do benefício jurídico, mas a graça do ponto de vista de sorrir”, disse Lula. G1