Foto: MDB/Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) observam com especial atenção a um possível esvaziamento da chamada terceira via. A aliança política entre MDB, PSDB e Cidadania visa apresentar um candidato único ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano, mas sofreu um revés na semana passada com a saída do União Brasil das negociações.

Até o momento, a cúpula do MDB aposta no nome da senadora Simone Tebet para unir a terceira via. Dentro do partido, porém, a manutenção da candidatura dela é vista como improvável. Muitos emedebistas preferem apoiar Lula ou Bolsonaro. Por isso mesmo, os dois presidenciáveis cortejam o MDB de olho na capilaridade do partido no interior do país – são mais de 700 prefeituras administradas por emedebistas.

Lula aparenta ter mais influência dentro dos quadros do MDB. Ele conta com o apoio de diversos caciques emedebistas e já recebeu sinalização favorável de ao menos 14 dos 27 diretórios estaduais do MDB, a maioria no Nordeste. Principal aliado do petista, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) tem articulado internamente para levar o partido de forma oficial para a pré-candidatura de Lula.

“É uma insanidade você querer, num quadro de polarização desses, manter uma candidatura com 1% dos votos, repetindo o que aconteceu com a candidatura do [Henrique] Meirelles em 2018”, afirmou Calheiros em entrevista à revista Veja, em referência ao desempenho de Simone Tebet nas pesquisas de intenção de voto. Gazeta dopovo