A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou, em relatório divulgado nesta terça-feira (30), que 93% das crianças e adolescentes respiram ar com nível de partículas finas acima do que é considerado recomendável para a saúde segundo informações da Agência Brasil. A situação é mais grave em algumas regiões do mundo, como a Ásia e a África e também nos países de renda média e baixa.

 

A publicação do relatório antecede a realização da Primeira Conferência Global da OMS. O tema do encontro é “Melhoria da Qualidade do Ar, Combate às Mudanças Climáticas”. Nos países com renda baixa e média, 98% dos menores de 5 anos são expostos a níveis maiores do que é recomendado para a saúde, enquanto nos países de renda elevada, o percentual é de 52%.

 

Na África e no Mediterrâneo Oriental, 100% das crianças com menos de 5 anos estão expostas a níveis acima do recomendável. No continente americano, países de renda baixa e média, como o Brasil, expõem 87% das crianças menores de 5 anos a esses níveis de partículas finas. Além da poluição das grandes cidades, as crianças muitas vezes estão expostas a partículas geradas dentro de suas próprias casas pela queima de carvão e querosene.

 

Cerca de 3 bilhões de pessoas ainda dependem de combustíveis e equipamentos poluentes para cozinhar e se aquecer no mundo. A OMS estima que essa exposição resultou em 3,8 milhões de mortes prematuras em todo o mundo, o que supera a mortalidade causada por malária, tuberculose e Aids combinadas. Destas mortes, 400 mil atingiram menores de 5 anos. No Brasil, a organização estima que 50 mil pessoas morrem por ano de doenças relacionadas à poluição do ar. Quase 10% da população do país ainda queima madeira para cozinhar, o que contribui para a exposição à poluição.