Em uma conferência com juristas no Vaticano nesta sexta-feira 15/XI o papa Francisco comparou o discurso de ódio de políticos contra as minorias – como judeus, ciganos e a população LGBT – às ações no nazismo.

“Confesso que quando ouço alguns discursos de responsáveis pela ordem ou pelo governo, vêm à minha mente as declarações de Hitler em 1934 e 1936”, disse o pontífice.

Ele continua: “são ações típicas do nazismo que, com sua perseguição contra os judeus, os ciganos e as pessoas de orientação homossexual, representa o modelo negativo da cultura do descarte e do ódio. Foi o que foi feito naqueles dias e hoje está acontecendo novamente.”.

Francisco também falou sobre o aumento de incidentes de violência da extrema-direita no continente, como ataques a cemitérios judaicos: “não é coincidência que nestes tempos há um ressurgimento dos símbolos típicos do nazismo”, afirmou o papa.

O papa Francisco não citou nominalmente nenhum político ou país.

Durante a conferência, o pontífice também continuou seu discurso contra o capitalismo predatório – que ele chamou de “idolatria do mercado“: “a pessoa frágil e vulnerável encontra-se indefesa diante dos interesses do mercado divinizado, que se tornaram regra absoluta. Hoje, alguns setores econômicos têm mais poder que os próprios Estados. Esta realidade torna-se mais evidente em tempos de globalização do capital especulativo”, disse.

“O capital financeiro global está na origem dos crimes graves contra as pessoas e o meio ambiente. Trata-se de uma criminalidade organizada pelo excesso de endividamento dos Estados e pela pilhagem dos recursos naturais do nosso planeta, que pode ser comparada a crimes contra a humanidade, quando levam à fome, pobreza, migração forçada e morte por doenças evitáveis, desastres ambientais e extermínio dos povos indígenas”, acrescentou. Foto: (Créditos: Divulgação/Vatican News)/Conversa Afiada