Agência Senado

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Omar Aziz (PSD-AM), fez uma reflexão sobre as ações da comissão em entrevista para o portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias. Para o senador, a CPI pecou em não ter convocado o general Walter Braga Netto, para prestar depoimento. “Tinha de ser convocado. Era o certo. Ele era o coordenador. Ninguém estaria chamando o general Braga Netto, mas o ministro que era o coordenador da maior crise sanitária que o mundo já viveu. Todas essas ações foram equivocadas e inócuas e chegamos ao número de mortos que está aí”, disse Aziz.

Ele também se mostrou contrário em relação a alguns pontos do relatório preliminar do relator Renan Calheiros (MDB-AL), como, por exemplo, o indiciamento do pastor Silas Malafaia por fake news. “Se a gente for indiciar o Silas Malafaia, vamos ter de indiciar milhões de pessoas que também agrediram, atacaram… Não é por aí. Perderia muito o foco da CPI. Não vejo o Malafaia envolvido na compra de vacinas. Ele tem sua posição e responde por ela. Se alguém se sentiu ofendido por ele, tem meios de fazer uma cobrança judicial. Não por meio da CPI”, argumentou.

Para Aziz, a CPI deixa um importante legado. “Voltamos a debater politicamente os problemas do Brasil, não da forma unilateral como era antes. Quando havia uma denúncia contra o presidente ou o governo, o presidente ia lá no cercadinho do Palácio da Alvorada, pegava seus robôs e desconstruía o caso durante o dia todo. Isso acabou. A imprensa noticiou muitos desajustes na pandemia e ninguém do governo tomava posição. Entrava por um ouvido e saía por outro. A Justiça não agia, a CGU não agia, o MP não agia. Passaram a agir agora”. (BN)