O procurador da República Deltan Dallagnol, logo após a deflagração da 60ª fase da Operação Lava Jato, que prendeu Paulo Preto, escreveu no Twitter que é impossível que o ministro Gilmar Mendes solte o suspeito de ser operador do PSDB em esquemas de corrupção. Paulo Preto já foi solto por dois habeas corpus de Gilmar Mendes, durante o ano de 2018. A operação aconteceu na manhã desta terça-feira (19).
“Vejo tweets receando que o ministro Gilmar Mendes solte Paulo Preto mais uma vez em liminar. Isso é impossível debaixo da lei. O relator desse caso no Supremo não é ele e sim o ministro Fachin”, escreveu o responsável pela Lava Jato.
A ex-coordenadora da Lava Jato em São Paulo, procuradora da República Thaméa Danelon questionou se o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) poderia “proferir uma decisão completamente ilegal e inconstitucional dizendo que ele é o juiz prevento para todos os casos em que Paulo Preto for preso”.
“Um absurdo? Sim. Mas Gilmar já proferiu varias decisões absurdas!!!”, respondeu a Deltan. Para o procurador, caso isso acontecesse, “seria um caso de exercício arbitrário de poder, fora do Direito”. Os procuradores da República conseguiram afastar Gilmar Mendes dos casos relacionados aos governos do PSDB em São Paulo com o argumento de que as verbas desviadas por Paulo Preto foram repassadas para ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras. Com isso, os recursos serão relatados pelo ministro Edson Fachin.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a coordenação da operação fez com que houvesse um deslocamento de São Paulo para Curitiba da investigação da movimentação de R$ 130 milhões em contas na Suíça. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), no mesmo período que Paulo Preto entregou valores em espécie para Odebrecht, propinas foram pagas pela empreiteira para os seguintes diretores da Petrobras: Djalma Rodrigues, Maurício Guedes, Roberto Gonçalves, Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e Sérgio Machado. Com isso, a Lava Jato apresentou duas denuncias contra ele por por suspeita de desvios em reassentamentos no Rodoanel Sul e formação de cartel para obras viárias. Foto: Agência Brasil