Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O governo federal separou para gastar cerca de R$ 5,7 bilhões do chamado orçamento secreto, instrumento que Bolsonaro, em conluio com o centrão, usa para destinar dinheiro por indicação de parlamentares sem que eles sejam identificados, nas últimas três semanas de 2021. O montante, reservado entre os dias 7 e 31 de dezembro, é maior do que todo o volume de recursos liberados durante os oito primeiros meses do ano passado – R$ 4,9 bilhões. Além disso, equivale um empenho de R$ 237,5 milhões por dia no período, destaca reportagem do Globo.

Em sua grande maioria, essas verbas beneficiaram políticos do Centrão, grupo de direita que apoia o governo, sob o comando do presidente da Câmara, Arthur Lira. Em todo o país, 186 prefeitos do PL, partido ao qual Bolsonaro está filiado, foram contemplados nas últimas semanas de 2021. No mesmo período, o PP, sigla de Ciro Nogueira e do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), teve 180 prefeitos agraciados.

O maior volume das verbas destinadas no final de 2021 é proveniente da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), que empenhou R$ 2 bilhões, recursos fragmentados e distribuídos para diferentes cidades. A principal beneficiada foi Jequiá da Praia, no litoral de Alagoas, com um convênio de R$ 10 milhões assinado em 31 de dezembro para a construção de um sistema de coleta e tratamento de esgoto. Segundo os documentos divulgados no Portal da Transparência, o valor foi destravado mediante a chamada emenda de relator. O nome do autor da verba, porém, não foi divulgado.