Lideranças da comunidade pataxó da cidade de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, se manifestaram nesta última sexta-feira (12) na recepção do Hospital Regional Luís Eduardo Magalhães após a morte de três indígenas na unidade do município na mesma semana de acordo com informações do site Radar 64.

 

“Hoje o povo pataxó, mais uma vez, está de luto e não podemos mais nos calar diante de tanto descaso quanto aos indígenas atendidos no Hospital Luís Eduardo em Porto Seguro”, afirma um manifesto da comunidade. O cacique Zeca Pataxó, o técnico em saúde Nerivaldo Batista da Silva, 47 anos, deu entrada na unidade com dores abdominais.

 

“Ele foi medicado e liberado. Dois dias depois, retornou com o quadro agravado e só aí fizeram exames para investigar. Ele acabou falecendo na quarta-feira [10]”, relata o cacique. Nesta mesma quarta, outra indígena, Neuza Matos de Oliveira, 54 anos, que é cadeirante, procurou o hospital, não recebeu atendimento imediato e morreu horas depois. “Demoraram horas para atendê-la. Quando foram olhar, ela já estava morta”, acrescentou o cacique.

 

O terceiro caso envolveu a irmã do cacique, a artesã Rosilda Cirino Pesca, 46 anos, que estava internada havia sete dias e acabou morrendo na sexta-feira (12). O atestado de óbito aponta parada cardiorrespiratória, infarto e infecção respiratória. A ocorrência de infarto havia sido descartada, mas depois foi confirmado que aconteceram dois infartos. O hospital informou que não foi verificada nenhuma irregularidade nos três atendimentos, mas que uma sindicância será aberta para apurar as três mortes.