EC Bahia

Mesmo com a saída da Caixa, o Bahia conseguiu procurar novos investimentos e encerrar a temporada 2019 com as contas equilibradas. Gerente de Marketing do clube, Lênin Franco afirma que o Tricolor praticamente não conta com propriedades para negociar nos uniformes. Nos próximos dias, o clube deve acertar os últimos detalhes com a Dular e definir a situação com o patrocinador master.

  • Para a gente nesse sentido de receita de patrocínio foi muito bom. O Bahia, mesmo com a saída da Caixa, no início de 2018, conseguiu se reorganizar. Novos patrocinadores chegaram, novos parceiros. A gente reequilibrou o valor que a gente tinha perdido com o patrocínio da Caixa. O mais importante não é só a entrada de novos patrocinadores, mas também a manutenção deles. O Bahia é um dos poucos clubes no Brasil que praticamente não tem mais propriedade comercial para vender no uniforme. O uniforme está inteiramente ocupado, o calção, a frente [da camisa], as costas. A gente tem conseguido manter, sempre em busca de aumentar a receita do clube, e desenvolvendo um trabalho de credibilidade no mercado. São muitos anos com o Bahia se mantendo com patrocinadores, e patrocinadores que acabam ficando por longa data no clube – disse o gerente em entrevista ao Programa do Esquadrão.

O Bahia também está em processo de negociação com um novo patrocinador master. Por conta disso, as camisas lançadas na semana passada ainda não têm estampadas nenhuma marca na sua “área nobre”, o que deve ocorrer no segundo lote dos uniformes.

  • Quando você vai fazer o processo de produção dos uniformes, apesar de ser marca própria e ter agilidade maior, é um processo muito lento. Exige compra de insumos, de tecido, enfim, é muita coisa para o uniforme sair do papel e virar realidade. Temos um prazo que a gente precisa estar negociado com os patrocinadores para que, até essa data, tenha uma confirmação das renovações de contrato para que, aí sim, as marcas apareçam no uniforme. A Dular, por ser a patrocinadora master, por ser algo mais robusto, essa negociação ultrapassou o tempo que a gente tinha hábil para a produção. Ficamos em uma sinuca de bico. Ou segurava a produção e atrasa o lançamento, correndo o risco de perder o Natal, ou faria sem a marca, enquanto negocia, e a partir de um segundo lote, no início do ano que vem, com tudo certo, a marca vem estampada. A gente escolheu essa opção. Seguimos em negociação com a Dular. Temos boas perspectivas. Do lado deles tem interesse, do nosso lado também. Existem alguns ajustes a fazer. Esperamos que no início do ano esteja tudo organizado, assinado, para seguir com a parceria.

Lênin também fez uma análise do primeiro ano do Bahia com marca própria de uniformes. Os novos uniformes, desenhados por torcedores, bateram recorde de vendas.

  • Não tenho dúvida que o Bahia virou, de fato, referência no mercado. Existiam outros clubes com marca própria. Mas a gente conseguiu fazer um modelo híbrido, em que a gente entendeu um pouco a realidade de cada um, trouxe para a nossa, montou um projeto com a participação do torcedor, com o desenho dos uniformes, o que cria engajamento grande. Quando a gente cria a camisa, já sabe que provavelmente vai ser bem vendida, porque o torcedor criou, votou e escolheu. Conseguimos nos diferenciar no mercado. Financeiramente não precisa nem dizer o quanto foi vantajoso para a gente no aumento de royalties. E também, obviamente, na flexibilidade de lançar novos produtos. A gente tinha uma limitação, já que as grandes marcas possuem uma padronização, que elas não mudam. A gente conseguiu se desvencilhar disso e atender diversos públicos. Pega o público feminino, por exemplo, além da camisa de jogo, tem camisa de goleiro, de concentração, aquecimento, de treino. Todo modelo masculino, tem também feminino. Coisa que não acontecia antes. Conseguimos agora na coleção 2020 baixar sensivelmente o preço do kit infantil. Foi algo que a gente brigou muito. Entendíamos que na formação do torcedor precisa ter produtos com preço mais acessível, para que os pais incentivem as crianças a torcer. É um processo quase de trocar o pneu com o carro andando. Vai aprendendo com os erros, identificando onde pode melhorar. A tendência é todo ano ter uma melhoria. Acho que a marca própria veio para ficar e deixou o Bahia em um patamar diferente dos outros clubes.

O gerente de marketing do Bahia também fez um balanço das ações afirmativas feitas pelo Bahia em 2019. O clube projeta também gerar receita com elas na próxima temporada.

  • A gente tem três pontos bem importantes. O primeiro, no caso de retorno de mídia, temos o Ibope fazendo um estudo específico a respeito das ações. O Bahia se destacou muito, e costumo dizer que cada ação o Bahia se destaca por ser o único que faz. O fato de ser pioneiro e se manter isolado, faz com que as ações ganhem repercussão. Estamos mapeando esse ponto para conseguir apurar um valor gerado por isso. Estamos sendo procurados por empresas grandes, nacionais, que querem aliar sua marca a essa estratégia. Estamos conversando com essas empresas. Em pouco tempo, vamos conseguir apresentar resultado financeiro em cima disso, negócios gerados a partir de ações sociais. Nosso grande objetivo é gerar receita. As ações afirmativas, além do posicionamento social, também geram receita. Em breve teremos boas notícias. Globoesporte