Foto: Bruno Concha / Secom

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Estatísticas e Geografia (IBGE) divulgada nesta quarta-feira (12), apontou que, após três meses de queda, o volume do setor de serviços na Bahia mostrou, em março deste ano, a primeira alta em comparação com o mês anterior. De fevereiro para março, o volume do setor cresceu 2,9%. O índice foi o quarto melhor resultado do país e bem acima do nacional (-4,0%).

Segundo o IBGE, de fevereiro para março de 2021, o setor de serviços na Bahia só cresceu menos do que em Mato Grosso do Sul (11,8%), Tocantins (9,9%) e Rondônia (4,0%). Dentre as 14 unidades da Federação em queda nessa comparação, os destaques negativos ficaram com Distrito Federal (-6,1%), Piauí (-5,6%) e Santa Catarina (-3,4%).

O órgão destaca que o resultado positivo nesse confronto fez o setor de serviços baiano reduzir um pouco a distância em relação ao patamar pré-pandemia. Ainda assim, em março deste ano, o volume de serviços prestados no estado ficou 11,9% abaixo do registrado em fevereiro de 2020.

Pesquisa do IBGE divulgou dados de março do setor de serviços na Bahia — Foto: Divulgação/IBGE

Comparação com março de 2020

Em relação a março do ano passado, os dados divulgados nesta quarta mostram que o setor de serviços na Bahia segue com queda de -2,6%. O ritmo do recuo se reduziu em relação ao registrado em janeiro (-12,2%) e fevereiro (-14,2%), mas a queda se deu em cima do primeiro mês em que os efeitos econômicos da pandemia haviam sido sentidos no setor (março de 2020), quando já tinha sido registrada uma retração de -11,6%.

Nessa relação, o volume dos serviços prestados no Brasil como um todo mostrou crescimento (4,5%), com avanço de 19 das 27 unidades da Federação. Os melhores resultados ocorreram em Mato Grosso (38,1%), Mato Grosso do Sul (19,5%) e Tocantins (15,9%), enquanto Piauí (-6,7%), Distrito Federal (-4,9%) e Sergipe (-4,7%) tiveram as quedas mais profundas.

Maior queda do país no 1º trimestre de 2021

O IBGE destaca que, no acumulado do primeiro trimestre deste ano, a Bahia segue com a maior queda do país no volume de serviços prestados (-9,8%). No Brasil como um todo, o setor também recua (-0,8%), com resultados negativos em 14 dos 27 estados.

No acumulado nos 12 meses encerrados em março, o resultado dos serviços na Bahia (-15,6%) também continua negativo e fica muito abaixo do nacional (-8,0%), sendo o quarto pior entre os 27 estados. Nesse confronto, o setor apresenta variações positivas em apenas quatro unidades da Federação: Mato Grosso (2,2%), Amazonas (0,8%), Pará (0,3%) e Mato Grosso do Sul (0,2%).

Serviços prestados às famílias têm maior queda e puxam setor para baixo

A pesquisa do IBGE apontou que o recuo no volume de serviços prestados na Bahia em março, frente ao mesmo mês de 2020, foi resultado de quedas ocorridas em três dos cinco grupos de atividades investigados.

O maior recuo no mês veio, mais uma vez, dos serviços prestados às famílias (-20,7%), que também exerceram a principal contribuição negativa para o resultado geral do setor. A atividade tem resultados negativos desde março de 2020.

Em março deste ano, o segmento mostrou desaceleração no ritmo de queda, em relação ao registrado em fevereiro (quando havia recuado -31,5%). Entretanto, a queda se deu frente a um mês em que já tinha sido registrada forte retração: em março de 2020, os serviços prestados às famílias haviam caído -35,5% na Bahia.

Das duas atividades em alta em março, o desempenho dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,6%) foi decisivo para frear o recuo geral dos serviços no estado. O segmento mostrou o primeiro avanço no ano de 2021 e é o que tem mais peso na estrutura do setor.

Apesar disso, na Bahia, todos os cinco grupos de atividades de serviços mostram queda acumulada no primeiro trimestre de 2021. Os transportes ficam com o segundo pior resultado (-9,0%), melhor apenas que os serviços prestados às famílias (-23,0%).

Serviços turísticos na Bahia seguem em queda

Volume dos serviços de turismo no mês de março — Foto: Divulgação/IBGE

O IBGE apontou que, em março deste ano, as atividades de serviços ligadas ao turismo na Bahia seguiram em queda (-4,9%) frente ao mês anterior (com ajuste sazonal). Foi o terceiro recuo consecutivo nessa comparação, com leve aumento de ritmo frente ao registrado na passagem de janeiro para fevereiro (-4,2%).

Ainda assim, o resultado foi o melhor entre os 12 estados onde o agregado de turismo é pesquisado, e teve uma queda bem menos intensa do que a verificada no país como um todo (-22,0%). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a Bahia completou, em março, um ano de quedas consecutivas no volume de serviços ligados ao turismo (-12,1%).

Nessa comparação, todos os 12 estados seguem apresentando retração das atividades turísticas, e a Bahia também teve um resultado melhor que o do Brasil como um todo (-19,1%). As quedas mais intensas vieram de Ceará (-35,4%), Rio Grande do Sul (-33,2%) e São Paulo (-27,7%).

Já no primeiro trimestre de 2021, os serviços ligados ao turismo na Bahia mostram recuo acumulado de -18,8%, um resultado melhor que o registrado no país como um todo (-27,4%). No acumulado nos 12 meses encerrados em março, os serviços turísticos baianos também caem (-41,4%), um pouco menos que no Brasil (-42,0%). Em ambos os indicadores acumulados, os resultados são negativos para o turismo em todas as unidades da Federação. G1