Agência Brasil

Uma pesquisa realizada por uma consultoria especializada em cultura organizacional de empresas concluiu que o trabalho, ou a falta dele, é responsável pelo surgimento de várias doenças. O levantamento foi feito em parceria com o sociólogo Ruy Braga, professor da Universidade de São Paulo e coordenador do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania (Cenedic).

Segundo a pesquisa, ansiedade, depressão, insônia, síndrome do pânico, burnout e uso de remédios controlados, álcool e drogas ilícitas, entre outros, são algumas das consequências listadas pelos 800 entrevistados segundo critérios como renda, sexo e localização geográfica.

De acordo com dados apresentados pela Folha de S.Paulo, em 2014, o Brasil havia registrado a menor taxa média de desemprego da série histórica (6,8%). Em 2015, esse número passou a 9,8%, segundo o IBGE. A taxa chegou a 11,8%.

Para 78% dos entrevistados, o trabalho contribui ou já contribuiu com seu adoecimento. Numa escala de 1 a 10 para a concordância que o trabalho, ou a falta dele, contribuem ou já contribuíram em casos de adoecimento e sofrimento psíquico – sendo 1 nenhuma contribuição e 10 muita contribuição – , a média ponderada das respostas foi 7,5.

Ainda segundo o levantamento, a relação com o trabalho, ou a falta dele, passa por questões como assédio moral, incluindo xingamentos e agressões, cobrança por maior produtividade, cortes constantes, acúmulo de funções, falta de perspectivas e de clareza em promoções, cobranças da família, incapacidade e falta de vontade de refletir sobre o futuro.