Agência Brasil

Um dado extraído de pesquisas qualitativas encomendadas para consumo interno da base aliada ao Palácio de Ondina reforçou, entre cardeais governistas, a convicção de que o PT errou em apostar na polarização nacional como estratégia voltada a impulsionar o candidato do partido na sucessão estadual, Jerônimo Rodrigues. À Satélite, líderes políticos alinhados à coalizão petista revelaram que os resultados dos levantamentos aos quais tiveram acesso apontam forte rejeição do eleitorado em ver a disputa na Bahia contaminada pelo mesmo clima de guerra da corrida presidencial. O sentimento de repulsa, afirmaram, aparece de forma majoritária nas amostras feitas com todos os segmentos sociais.

Outro papo
Por relação direta, a grande maioria dos eleitores ouvidos nas pesquisas descarta votar pela ligação a qualquer candidato à Presidência, acha que a Bahia só tem a perder se tiver no comando alguém totalmente identificado a um dos polos da batalha e prefere um governador focado em gerir o estado, sem envolvimento no confronto pelo poder.

Nó de marinheiro
Em conversas reservadas, caciques governistas avaliaram que a tendência captada nas sondagens qualitativas inviabiliza as chances de sucesso de uma campanha baseada exclusivamente na tática de atrelar a eleição nacional à estadual. O que, calculam, pode impedir Jerônimo de crescer como desejava a cúpula petista. Para piorar, a escolha de um candidato feita a toque de caixa limita a margem para mudar a estratégia antes do período eleitoral, sobretudo, diante dos desgastes causados pelo mau desempenho dos 16 anos de governo do PT em áreas sensíveis como segurança pública, educação e saúde.

Figura repetida
O cenário desenhado pelos levantamentos da base aliada já havia sido detectado nas primeiras qualitativas feitas a pedido da pré-campanha do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), iniciadas há cerca de oito meses. Os resultados indicaram alta aceitação dos eleitores ao principal pilar do discurso de Neto: de que é capaz de governar bem, seja lá quem for eleito presidente, assim como fez nos oito anos como prefeito de Salvador. Em síntese, a contraprova de que a maior parte dos baianos irá às urnas com interesses diferentes em relação à disputa estadual e nacional.

Prova dos nove
Outro indício que corrobora os dados das qualitativas está nos números da nova rodada de pesquisas quantitativas sobre a sucessão na Bahia. Mesmo com a visibilidade dada às presenças do ex-presidente Lula (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Dois de Julho, Neto foi o único dos nomes no páreo que apresentou crescimento nos índices de intenção de voto divulgados pelos institutos Paraná e Real Time Big Data.

Tô fora!
A série de dados fortalece o tom traçado pelo pré-candidato da União Brasil. Apesar da provocação dos adversários, Neto está determinado a manter a postura independente e se concentrar somente em costurar apoios, visitar o máximo de cidades e montar o plano de governo.

A cada dia que passa eles ficam ainda mais desesperados com o crescimento e a adesão popular ao nome de ACM Neto. Por isso partiram para o jogo baixo e sujo
Sandro Régis, líder da oposição na Assembleia Legislativa. Correio da Bahia