Os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira foram ouvidos na Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônio, na Mouraria, em Salvador, na quinta-feira (18). De acordo com informações da TV Bahia, Jamerson deu depoimento nesta manhã, enquanto Marcelo falou aos policiais durante a tarde, e só terminou por volta das 18h. “Toda verdade foi deixada na delegacia, graças a Deus, tive a oportunidade de contar tudo”, disse Marcelo à TV. Jamerson não quis falar com a imprensa.

Relembre o caso

O caso veio à tona após a equipe do jogador de futebol baiano, Anderson Souza Conceição, mais conhecido como Anderson Talisca – que atualmente joga pelo Al-Nassr – cobrar informações sobre uma doação que teria sido feita por ele. Sensibilizado com a história de uma criança, o atleta teria doado cerca de R$ 70 mil.

Em nota enviada ao CORREIO no dia 11 de março, o diretor de jornalismo da TV Itapoan, Gustavo Orlandi, confirmou que a empresa investigava a denúncia de que funcionários da organização teriam desviado dinheiro de doações feitas por telespectadores através de pix.

“A RecordTV Itapoan, assim que recebeu as denúncias, apura os fatos e tomará todas as medidas legais cabíveis para o caso”, disse, por email. O esquema funcionava através do programa Balanço Geral. Pessoas em dificuldade relatavam seus casos na atração televisiva, comovendo o público, que fazia doações via Pix.

Depois da descoberta, o caso então passou a ser investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), que também está analisando depoimentos, matérias jornalísticas, vídeos e prints de redes sociais.

Marcelo Castro se pronuncia publicamente

O repórter Marcelo Castro, um dos investigados pela Polícia Civil no ‘Golpe do Pix da Record’, afirmou que os R$ 70 mil enviados pelo jogador de futebol Talisca para a mãe da criança que estava doente caíram na conta da mulher.

“O advogado de Talisca me ligou e perguntou onde eu botaria o dinheiro. Os 70 mil que ele botou caiu em 5 minutos na conta da mulher. A criança, no dia seguinte, morreu porque a médica do hospital não quis aplicar a injeção, parece”, afirmou o jornalista em entrevista ao canal Sem Censura TV. A entrevista foi ao ar na noite do último dia 10.

Questionado sobre a viagem que fazia a Dubai quando o caso veio a público, Marcelo Castro disse que ainda está pagando a passagem, que “dividiu em 10 vezes”.

“A viagem estava programada com minha família para visitar meu irmão, que mora lá. Depois, minha noiva entrou na minha vida e comprou também a passagem. De repente lá recebi a mensagem que me acusaram de aplicar um golpe. A empresa falou ‘Quando vc voltar de férias a gente conversa’ e já fui procurar meus advogados”. Correio da Bahia