Juvenal Amaral Neto e Cristina Amaral, achados mortos e enterrados no quintal da própria casa, em Camaçari, “foram vítimas de uma barbárie”. Foi assim que a delegada Maria Tereza Santos, titular da 4ª Delegacia de Homicídios, classificou o crime na manhã desta sexta (19), ao informar que o inquérito sobre o caso foi concluído e remetido à Justiça.

 

Dois adultos foram presos e três adolescentes, de 13, 14 e 16 anos, apreendidos suspeitos do duplo homicídio após denúncia anônima. Os adultos foram identificados como Daniel Neves Santos Filho, de 29 anos, e Carlos Alberto Neres Júnior. Na cadeia, os presos foram obrigados a fazer sexo entre si por outros colegas de cela.

 

A polícia apura o vídeo gravado dentro da delegacia. Para a delegada, as provas presentes no inquérito levatam a hipótese de que, além de diversos outros crimes, o casal pode ter sido vítima de canibalismo. “Tudo leva a crer que os acusados praticaram canibalismo. As vísceras e partes de órgãos não foram encontradas. Não há indícios de onde estejam. Eles chegaram a separar os tecidos moles dos ossos das vítimas” segundo informações do G1.

 

A delegada ressalta que os peritos não fazem a conclusão de prática de canibalismo no inquérito, mas destaca que essa é uma hipótese levantada pelas provas. O inquérito ainda aponta que Cristina Amaral, de 43 anos, foi a vítima mais torturada. Ela foi queimada e dilacerada.

 

“Houve abuso sexual, houve a tortura. O braço dela foi amputado com vida, isso o perito afirmou. A perícia não afirma [a prática de canibalismo], mas não foram encontradas partes da vítima. Eles arrancaram o ovário, as trompas. Não sabem onde estão”.

 

O marido dela, Juvenal Amaral Neto, de 57 anos, também foi vítima de barbárie. “O homem também foi torturado. As costas foram cortadas e fatiadas. Cortaram o homem com faca de ferro, cortaram vivo”, conta a delegada sobre o episódio de terror apontado pelo inquérito. Nos interrogatórios, a delegada Maria Tereza diz que os suspeitos contaram que esganaram a mulher.

 

Entretanto, o inquérito apontou que ela foi decapitada. Sobre os depoimentos, ela aponta o perfil dos assassinos. “Frios. Não reagiram. Não havia preocupação”. Conforme a delegada, Daniel e Carlos Alberto foram indiciados por latrocínio (roubo seguido de morte), estupro, ocultação de cadáver, porte ilegal de arma e corrupção de menores. Os adolescentes vão responder por estupro e latrocínio.