Foto: Alan Santos/PR

O Ministério Público do Rio de Janeiro cumpriu, na manhã desta quinta-feira (18), um mandado de busca e apreensão em uma casa que consta na relação de bens do presidente Jair Bolsonaro em Bento Ribeiro, na Zona Norte do Rio.

A ação faz parte de uma operação, realizada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, em desdobramento das investigações sobre o esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) supostamente comandados por um dos filhos do presidente, o Flávio Bolsonaro, quando ele era deputado estadual.

O imóvel em Bento Ribeiro foi usado como um dos comitês de campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro na Zona Norte do Rio. À época da disputa eleitoral, Bolsonaro chegou a visitar o imóvel durante uma agenda pública. Na ocasião, ele ainda cortou os cabelos em um salão próximo à casa.

Enquanto a equipe do MP estava dentro da casa, era possível ouvir barulhos de marretadas nas paredes, sugerindo que os agentes quebravam a alvenaria enquanto realizavam as buscas. A ação de busca e apreensão no imóvel durou cerca de uma hora. Os agentes saíram carregando duas sacolas, mas sem dar detalhes do que foi apreendido.

Morava na casa Alessandra Esteves Marins, que é ligada ao gabinete do senador Flávio Bolsonaro. Ela faz parte da equipe de apoio no Rio a que o parlamentar tem direito. Segundo as investigações, ele teria repassado cerca de R$ 19 mil a Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar suspeito de comandar o esquema de rachadinha e que foi preso nesta manhã.

Vizinhos contaram que Alessandra se mudou do imóvel há cerca de um mês. Uma vizinha chegou a telefonar para Alessandra quando os agentes chegaram para cumprir o mandado, mas ela não atendeu a ligação.

Há uma placa de “Vende-se” na porta do imóvel. Os vizinhos não souberam dizer se a casa é vendida por Alessandra, ou pelo presidente Bolsonaro, que declarou ser o proprietário na relação de bens enviada ao Tribunal Superior Eleitoral.

De acordo com o Ministério Público, o mandado na casa de Bento Ribeiro é cumprido contra Alessandra, que também já foi servidora da Alerj. Também são alvo da operação a ex-servidora da Alerj Luiza Paes Sousa. Os agentes foram até a casa dela em Oswaldo Cruz, também na Zona Norte do Rio. Ela teria repassado R$ 155 mil em salários para Fabrício Queiroz.

Os outros alvos da operação são Matheus Azeredo Coutinho, que ainda é funcionário da Casa Legislativa, e o advogado Luis Gustavo Botto Maia. De acordo com o Ministério Público, além da busca e apreensão, a Justiça autorizou a aplicação de medidas cautelares contra os investigados, dentre elas o afastamento da função pública, obrigatoriedade de se apresentar à Justiça mensalmente e proibição de fazer contato com testemunhas. G1