A Polícia Civil descartou a hípotese de latrocínio no caso do estudante e assessor parlamentar Jerrian Cunha Silva, de 28 anos, que foi atacado a tiros em Salvador. A informação foi divulgada ontem (17). Conforme a polícia, o caso, que está sob investigação da 2ª Delegacia de Homicídios, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, é tratado como homicídio. Ainda não há informações sobre autoria do crime.

 

Jerrian foi morto na última segunda (12), quando voltava para casa, após o trabalho. De acordo com a polícia, ele foi abordado por dois homens em uma moto, quando passava pela Avenida Edgar Santos, no bairro de Narandiba, onde morava atualmente. O irmão de Jerrian, Pedro Cunha, contou que o assessor parlamentar nunca relatou ameaças para a família.

 

Mas acredita que a atividade política dele na região da Chapada Diamantina possa ter relação com o caso. “Não relatou ameaça por que aqui em casa nós o aconselhávamos a não denunciar as irregularidades por medo de algo contra ele, então, para não nos preocupar, não nos relatava. Mas é uma possibilidade. O meu irmão sempre denunciou irregularidades nos municípios da Chapada, chegou a ser intimado algumas vezez”, conta Pedro.

 

Segundo Pedro, Jerrian morava em Salvador desde agosto do ano passado, quando começou a estudar Ciências Sociais na Universidade Estadual da Bahia (Uneb). O jovem era o terceiro de quatro irmãos – dois homens e duas mulheres. Tanto Pedro quanto as duas irmãs de Jerrian, que moram em São Paulo, retornaram para a Bahia para acompanhar as investigações.

 

A família é natural da cidade de Boninal, na Chapada, mas os pais moram atualmente em Seabra, na mesma região do estado. “Estamos muito abalados. Ele era o mais próximo dos meus pais, vinha com mais frequência a nossa casa em Seabra. Meus pais estão bastante tristes e inconformados. Meu irmão nunca teve nenhum problema com drogas, bebidas, sempre teve muitos amigos, ajudou muita gente… Nos conforta a quantidade de pessoas que nos procuram para relatar o quanto ele era especial, além de Deus, a quem cremos e confiamos incansavelmente”, relata Pedro.

 

O jovem foi enterrado na última quarta-feira (14), no distrito de Macambo, na cidade de Boninal, na região da Chapada Diamantina. Na manhã do domingo, a família se reunirá com os amigos de Jerrian para uma missa de sétimo dia. A cerimônia será realizada na Igreja Matriz de São Sebastião, em Seabra. “Como família, esperamos que a justiça prevaleça. Algo aconteceu e é necessário que se descubra o que foi e que se puna os culpados”, desabafa Pedro.