As escolas Porto de Pedra, Estácio de Sá e Império da Tijuca foram destaques do segundo dia de desfiles das escolas da Série A na Sapucaí, que teve início na noite deste sábado (2) e terminou na madrugada de domingo (3).
As escolas Unidos de Bangu, Renascer de Jacarepaguá e Acadêmicos do Cubango também se apresentaram, fechando o carnaval da série A de 2019.
Na sexta-feira (1), Unidos da Ponte, Alegria da Zona Sul, Rocinha, Acadêmicos da Santa Cruz, Unidos de Padre Miguel e Belford Roxo desfilaram na Sapucaí.
Os desfiles começaram pontualmente às 22h30, diferentemente de sexta, que teve atrasos por conta do temporal. A chuva caiu de forma leve nas duas últimas escolas da segunda noite: Império da Tijuca e Cubango. Veja abaixo um resumo da apresentação de cada escola:
Unidos de Bangu
Lexa, rainha de bateria da Unidos de Bangu, durante o desfile — Foto: Marcos Serra Lima/G1
A segunda noite da série A do carnaval carioca começou pontualmente às 22h30 com o desfile da escola Unidos de Bangu.
Com o enredo inusitado “Do ventre da terra, raízes para o mundo”, sobre batatas, a homenagem ao Peru foi feita através de elementos da cultura inca. A escolha dos carnavalescos Alex de Oliveira e Edson Pereira foge da tendência de enredos reflexivos de 2019.
A bateria do mestre Leo Capoeira estava vestida como o Rei Felipe II, que ajudou a popularizar o alimento. Ao chegar no sambódromo, sua fantasia não foi encontrada e o mestre fez o desfile usando uma camiseta de diretoria.
O cargo de rainha foi ocupado pela cantora Lexa, pela segunda vez.
A Unidos de Bangu, que subiu da série D em 2017, desfilou com 18 alas, quatro alegorias e 2.000 componentes, e encerrou sua apresentação dentro do tempo regular.
O mestre-sala Anderson Abreu pediu a porta-bandeira Elisa Xavier em casamento no estúdio Globeleza depois do desfile da escola.
Renascer de Jacarepaguá
Destaque de chão da Renascer de Jacarepaguá veste costeiro amarelo — Foto: Rodrigo Gorosito/G1
Com o enredo “Dois de Fevereiro no Rio Vermelho”, a segunda escola da noite fez homenagem a Iemanjá e a tradicional festa da grande mãe do povo Iorubá, que acontece todo ano em Salvador.
As cores azul e branco predominaram no começo do desfile, assim como na festa, apesar de a escola ser vermelha e branca. Os carnavalescos Alexandre Rangel e Raphael Torres fizeram suas pesquisas na capital baiana.
A noite foi de estreias para a Renascer de Jacarepaguá: foi o primeiro desfile para o mestre Junior e para a porta-bandeira Thainá Teixeira, que forma o primeiro casal com Luis Augusto. Em 2018, a bateria tirou pontuação máxima (40 pontos) .
As esculturas dos orixás que estão no Dique do Totoró, em Salvador, apareceram tanto no chão como em destaque nos carros. Todas as quatro alegorias foram montadas a partir de materiais que já foram usados em outros desfiles.
Com 21 alas, quatro alegorias e 2.000 componentes, a escola encerrou o desfile com exatamente 55 minutos, tempo máximo.
Estácio de Sá
Carro abre-alas da Estácio de Sá traz a igreja de San Felipe submersa nas águas do Pacífico — Foto: Rodrigo Gorosito/G1
A escola foi a terceira a desfilar na Sapucaí e contou a história do Panamá e a saga do povo panamenho através de uma de suas mais importantes festas populares: a procissão de Jesus de Nazareno, o Cristo Negro.
A primeira escola de samba do Brasil é a única que já foi campeã do Grupo Especial, em 1992, com o enredo “Paulicéia desvairada – 70 anos de Modernismo”.
Neste sábado (2), desfilou com o enredo “A fé que emerge das águas”. O carnavalesco Tarcísio Zanon foi duas vezes ao Panamá para pesquisar.
A comissão de frente trazia o encontro da fé entre o país e o Brasil, encenado com Jesus de Nazareno sendo açoitado e crucificado. Logo depois Nossa Senhora Aparecida surgia e fazia sua redenção.
Símbolo do país, o chapéu não poderia estar de fora do desfile. Os ritmistas da bateria do Mestre Chuvisco usavam para compor a fantasia de Theodore Roosevelt, presidente americano que popularizou o modelo.
Com 22 alas, quatro alegorias e 2.200 componentes, a Estácio encerrou o desfile dentro do tempo previsto, com 54 minutos. Gritos tímidos de “É Campeão” foram ouvidos na dispersão.
Porto da Pedra
Antonio Pitanga desfila pela Porto da Pedra — Foto: Marcos Serra Lima/G1
O ator Antônio Pitanga foi homenageado pela escola de São Gonçalo, quarta a desfilar neste sábado. No primeiro dia, a Acadêmicos de Santa Cruz destacou a história da atriz Ruth de Souza.
Com o enredo “Antônio Pitanga: um negro em movimento”, a escola trouxe a vida e os trabalhos no teatro, cinema e televisão do ator, que completa 80 anos em junho deste ano.
Foi a primeira vez que o carnavalesco Jaime Cezario homenageou alguém vivo em 24 anos de trabalho no carnaval. O mestre Pablo conduziu a bateria vestido de Benedita da Silva, esposa do ator, governadora do Rio de 2002 a 2003 e atual deputada federal pelo estado.
Pitanga chamou amigos e familiares para desfilar no carro alegórico em que saiu, o último da escola. Todos tinham que usar branco.
Camila e Rocco Pitanga, Zezé Mota, Milton Gonçalves saíram em outro carro, que teve um princípio de incêndio e dificuldade de entrar na Sapucaí. A escola ficou parada por um tempo, mas isso não comprometeu sua evolução.
A Porto da Pedra desfilou com 23 alas, quatro carros e 1.800 componentes e encerrou a apresentação no tempo regular.
Império da Tijuca
Laynara, rainha de bateria da Império da Tijuca — Foto: Marcos Serra Lima/G1
A quinta escola da noite escolheu o café como elemento central do desfile. O enredo “Império do Café, o Vale da Esperança” foi desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Caribé.
A chegada do produto ao Rio de Janeiro e ao Vale do Paraíba, o trabalho do povo negro e o desenvolvimento da região até os dias de hoje estavam presentes no desfile.
A comissão de frente representava o choque de cultura dos negros chegando ao Brasil. Muito bem ensaiados por Junior Scapin, os componentes trocavam de roupa durante a apresentação.
Gleice Simpatia e Renan desfilaram como primeiro casal de porta-bandeira e mestre-sala. Selminha Sorriso, famosa porta-bandeira da Beija-Flor, desfilou como rainha africana no abre alas.
A bateria Sinfonia Imperial foi conduzida por um trio de mestres – Julio, Jordan e Paulinho – vestidos de três reis magos. 240 ritmistas tocaram na Sapucaí.
No estúdio Globeleza, Caribé anunciou que este foi seu último desfile pela Império. A escola atravessou a avenida com 24 alas, quatro alegorias e 1.800 componentes, e terminou o desfile dentro do tempo regular.
Acadêmicos do Cubango
Maryanne Hipólito é a rainha de bateria da Cubango — Foto: Marcos Serra Lima/G1
A última escola explorou os objetos de culto da religiosidade popular brasileira. “IGBÁ Cubango – a almas das coisas e a arte dos milagres” foi o enredo desenvolvido pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.
O terceiro carro, chamado de Sala dos Milagres, tinha fotos de carnavais e de integrantes antigos, além da preparação do carnaval deste ano. Com problemas técnicos, o carro ficou sem luz a partir do meio da avenida.
Bateria Ritmo Folgado, comandada por Mestre Demétrio Luiz, representou o Círio de Nazaré e toda a fé e devoção nos objetos ofertados a Nossa Senhora de Nazaré. O samba-enredo tem 14 compositores.
A Cubango terminou com folga o desfile, que teve 20 alas, quatro carros alegóricos e 2.000 componentes. Antes da dispersão, a bateria ainda ficou tocando por um tempo acompanhada do público, que pôde entrar na avenida com o fim da Série A do carnaval do Rio.
Ao sair da avenida, o último carro alegórico bateu em grades de segurança no Setor 1. Por pouco, seguranças não foram atingidos. Informações do G1 Foto: Rodrigo Gorosito/G1