O prefeito de João Dias (RN), Marcelo Oliveira, e seu pai, Sandi Alves de Oliveira, assassinados na última terça-feira (27), já tinham sido alvos de outra tentativa de homicídio. O crime ocorreu dois anos depois das eleições de 2020, quando Dias venceu o pleito para comandar a cidade que fica a 353 km da capital do Rio Grande do Norte, Natal.
À época, a então candidata a vice-prefeita na chapa de Oliveira, Damária Jácome, teve a prisão decretada por suposta participação em uma milícia privada. Oliveira havia iniciado seu mandato sob ameaças e renunciou ao cargo em julho de 2021, no primeiro ano de gestão. Em agosto de 2022, uma decisão judicial o reconduziu à prefeitura. Ainda em 2022, ele, seu pai e um irmão foram alvo de uma tentativa de assassinato, mas escaparam ilesos.
Marcelo denunciou a família Jácome ao Ministério Público do Rio Grande do Norte em março de 2021, o que levou à abertura de uma investigação. Em julho do mesmo ano, ele renunciou ao cargo, e Damária assumiu a prefeitura, depois da posse dada pelo pai, então presidente da Câmara dos Vereadores. Em outubro de 2021, dois irmãos de Damária foram mortos em uma operação da Polícia Civil contra o tráfico de drogas. Ela negou o envolvimento dos irmãos e alegou perseguição infundada.
Em outubro de 2022, o Tribunal de Justiça do RN decidiu reconduzir Marcelo ao cargo, considerando que sua renúncia teve motivação em ameaças e coação da família Jácome. Logo depois da decisão, uma nova operação policial em agosto de 2022 apreendeu mais armas na propriedade dos Jácome. Em setembro daquele ano, Marcelo sofreu tentativa de homicídio, junto com seu pai e irmão. De acordo com a polícia, os executores do crime estavam ligados à família Jácome. G1