O prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB), reiterou nesta terça-feira (5) em audiência no Senado que um pastor cobrou dele um quilo de ouro em troca de conseguir liberação de recursos no Ministério da Educação.

A audiência foi organizada pela Comissão de Educação do Senado. Prefeitos foram chamados a prestar depoimento após as denúncias de que houve suposta atuação de pastores na liberação de verbas do Ministério da Educação.

Em 22 de março, se tornou conhecida uma gravação na qual o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, dizia a prefeitos que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, repassava verba a municípios indicados por pastores. O episódio levou à demissão de Milton Ribeiro.

De acordo com o prefeito de Luís Domingues, em 7 de abril do ano passado, ele foi a Brasília para participar de uma reunião no Ministério da Educação. O objetivo do encontro seria discutir obras inacabadas vinculadas à pasta. Após a reunião, disse Braga, o pastor Arilton Moura convidou os prefeitos para um almoço.

“Até então, eu não conhecia o ministro da Educação. O pastor estava, sim, sentado à mesa na hora da palestra no MEC e, em seguida, nós fomos para esse almoço. E, lá nesse almoço, que não estava o ministro, só estavam os dois pastores, tinha uma faixa de uns 20 a 30 prefeitos. E a conversa era muito bem aberta. Ele virou para mim e disse: ‘Cadê suas demandas?’. E ele falou rapidamente: ‘Você vai me arrumar os 15 mil para eu protocolar as demandas e depois que o recurso tiver empenhado, depois, como a sua região é de mineração, vai me trazer 1 quilo de ouro’. Eu não disse nem que sim nem que não, me afastei da mesa e fui almoçar”, acrescentou Gilberto Braga.

Ainda durante a audiência no Senado, o prefeito de Luís Domingues disse que a conversa foi “aberta” e que todos que estavam à mesa ouviram. “Então, eu acredito que ele tenha feito várias propostas para outras pessoas”, disse Gilberto Braga. G1