Das 20 maiores cidades da Bahia, 11 poderão continuar com os mesmos prefeitos eleitos em 2020. Buscam a reeleição os atuais prefeitos de Salvador, Vitória da Conquista, Juazeiro, Luís Eduardo Magalhães, Itabuna, Jequié, Porto Seguro, Santo Antônio de Jesus, Teixeira de Freitas, Valença e Guanambi. Em pelo menos quatro delas, a chance de reeleição é evidente, conforme mostram as pesquisas. É o caso da capital baiana.
Em Salvador, o atual prefeito Bruno Reis (União Brasil) lidera as intenções de voto pelo Palácio Thomé de Souza. Se a eleição fosse hoje, ele seria reeleito com 66% dos votos totais, segundo a primeira pesquisa do instituto Quaest, contratada pela TV Bahia e divulgada no final de agosto. A vantagem do gestor soteropolitano é de 57 pontos percentuais em relação ao segundo colocado, o vice-governador e candidato do MDB, Geraldo Júnior.
Em Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano, o prefeito Genival Deolino (PSDB) lidera a disputa com 54,2% dos votos, segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado em agosto. Em segundo lugar, aparece Euvaldo Rosa (PSD), com 29,4%.
Doutor em Ciência Política e presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), Antônio Lavareda acredita que a tendência é que os prefeitos de capitais e demais cidades sejam reeleitos. Segundo ele, os gestores são favoritos porque estão bem avaliados e possuem o controle da máquina municipal.
“Talvez, não alcance o montante de 2020, da última eleição, porque aquela eleição teve a particularidade da pandemia (da covid-19). Foi uma eleição monotemática. Discutiu o que os prefeitos tinham feito (durante a crise sanitária) ou deixado de fazer com relação ao combate à covid. Agora não, é uma eleição com uma pauta mais ampla”, disse o cientista político, em entrevista ao Correio da Bahia, em julho deste ano.
Nas cidades de Itabuna, sul baiano, e Luís Eduardo Magalhães, no oeste, os atuais prefeitos também lideram as pesquisas. Neste último município, em LEM, Júnior Marabá (PP) tem 80,1% das intenções de votos contra 12,7% de Filipe Fernandes (Avante), o segundo colocado, segundo levantamento divulgado em agosto pelo AtlasIntel/A Tarde.
De acordo com Umeru Bahia, doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), quem está no exercício do mandato possui mais capitais políticos e sociais, com maiores recursos econômicos e estratégicos à disposição. Além disso, na maioria das vezes, tem um número de votos previstos e estabelecidos localmente.
“O que denominamos de máquina eleitoral, pública ou estatal é um emaranhado de relações, canais de comunicação, recursos financeiros advindos de diferentes fontes (governamentais, doações e do fundo partidário), é saber contar com grupos já organizados e agregados durante mandato”, explicou. Por outro lado, Umeru Bahia ressaltou que o prefeito só torna-se favorito para a reeleição, se tiver feito bom mandato sem “muitos problemas administrativos e legais”. Correio da Bahia