Foto: Glauber Guerra/ Bahia Notícias

Depois de tentativas sem sucesso com Osmar Loss, 44 anos, e Carlos Amadeu, 54 anos, o presidente do Vitória, Paulo Carneiro, decidiu buscar um treinador mais experiente no mercado e acertou com Geninho, de 71 anos, para comandar o Vitória. O primeiro desafio do novo treinador é afastar o clube da zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro. Nos três primeiros jogos, Geninho vai ter times do G-4 da competição: Atlético-GO, Bragantino e Sport.

Terceiro treinador contratado na gestão Paulo Carneiro, Geninho dirige o Vitória pela quinta vez. Ele esteve no Rubro-Negro em outras quatro oportunidades (1994, 1995, 1998 e 2001), além de ter sido goleiro do clube. Na apresentação do novo treinador, o presidente lembrou o passado de Geninho no clube e explicou a demissão de Carlos Amadeu.

– Trago um velho conhecido e profissional vencedor do mercado do futebol, tão difícil, onde nem sempre o trabalho é reconhecido, porque as pessoas têm muita pressa de resultado e não deixam as pessoas trabalharem. O resultado na frente do processo. O esporte, como qualquer atividade de trabalho, tem um processo. E, no futebol, o processo perde a continuidade quando os resultados não aparecem, infelizmente – disse Paulo Carneiro. Apesar da mudança no comando do time, o presidente do Vitória afirma que a comissão técnica foi mantida e mostrou otimismo na recuperação da equipe.

– Grande desafio do Vitória nessa crise financeira que encontramos no clube é manter o programa esportivo que ele tem, que está sendo implantando por nós. Foi projetado por nós antes de chegarmos aqui e estamos, gradualmente, implantando aqui, principalmente a partir da sua formação. É o caminho do Vitória. Então eu agradeço muito a Geninho pela sua disponibilidade, porque a comissão técnica toda foi mantida. Toda. Essa é a forma de um grande profissional: usar a estrutura do clube a seu dispor. Aí ele vai implantar as suas ideias. Nada mais importante do que isso. Aqui temos nosso preparador de goleiros, nosso assistente, que também é coordenador técnico da formação; nosso preparador físico; nosso fisiologista; toda a estrutura que foi implantada a partir da nossa chegada, porque não existia, está à disposição do comandante, que é o principal personagem de um clube de futebol. Todos nós, a partir do seu presidente, trabalhamos para colocar o treinador na melhor condição operacional possível. Esse é o trabalho. Treinador é a figura mais importante do clube. E é assim que o Vitória profissional tem pensado.

– Os resultados vão acabar chegando. Nada resiste ao trabalho. Portanto, trago aqui um profissional do futebol, um exemplo de homem, um vencedor, sem tirar o mérito daqueles que estavam no processo, que vem desde [Cláudio] Tencati. Todos têm sua contribuição. Por isso, quando cheguei aqui, mantive o treinador. Porque é mais fácil tirar o treinador e jogar a responsabilidade em cima dele. Não é o meu caso. Todas essas pessoas estão integradas no processo. Às vezes, você tem que mudar, e é isso que fizemos agora. Portanto, Geninho está à disposição de vocês – continua Paulo Carneiro.

O presidente do Vitória também comentou a mudança de perfil no comando do time. Paulo Carneiro afirma que já havia tentado contratar Geninho antes, mas o treinador estava em viagem. O gestor também avaliou as críticas recebidas da torcida. No último jogo na Arena Fonte Nova, na derrota para o Guarani, os jogadores deixaram o campo debaixo de vaias.

– É um dos treinadores mais experientes, proporcional ao momento que nós estamos vivendo. Geninho tem a capacidade de não chegar aqui com a equipe nas costas. Ele aproveita a estrutura que tem, profissionais reconhecidos em sua área. Isso é uma base. O papel do clube é girar em torno do seu treinador. Trouxe dois treinadores mais jovens, mas não menos capazes… isso foi uma filosofia que o clube pregou durante muito tempo. Tudo é um momento, e agora é a oportunidade do momento. Pensei em Geninho antes, mas ele estava na Europa passeando. Sempre penso nele, temos relação pessoal, e é um profissional respeitado no mercado. É vencedor, eu sempre penso nele e temos que ter no Vitória a mentalidade vencedora. O Geninho tem tudo a ver com o momento do Vitória.

– O torcedor entende pouco e torce muito… por isso que é torcedor. Mas como torce muito, se acha no direito de dar opinião. A gente dirige um clube de massa. Tem que tentar ver o pensamento da maioria. A maioria nunca é burra. Pensei nisso. Um treinador que preenchesse todas as coisas. O primeiro jogo de Geninho está marcado para a próxima terça-feira, quando o Vitória enfrenta o Atlético-GO, na Arena Fonte Nova, às 21h30 (horário de Brasília). Globoesporte